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sábado, 23 de junho de 2018

Tempo e espaço

Eu penso sempre nas noções que temos de espaço e tempo, como entendemos essas medidas. Essa medida.

O universo é engraçado, não?
construímos carros, navios, aviões para superar distâncias, usamos relógios, movimentos estelares pra contabilizar o tempo. Então como explicar que eles são uma coisa só? como entender esse caos orquestrado que rege nossa existencia?

Vamos marcar um período de tempo, por exemplo 6 anos. Usar também uma medida de distância, talvez umas 300 milhas? Pode ser em quilômetros, quase 500!

O que se sabe com essas informações? O que pode se supor? Que histórias consegue imaginar com esses dados? Quer ouvir a minha?

Vou voltar à teoria. o universo é uma coisa, um trem, tão grande, que pra contabilizar distâncias contamos o tempo que a luz demora pra chegar até determinado ponto. a luz, aquela coisa, trem, que atinge velocidades difíceis de imaginar. 

E o pensamento? qual sua velocidade? o pensamento, dizem, é mais lento que a velocidade do som, ele parece rápido porque só percebemos o nível consciente do seu processamento. o resto é escuro.

Essas aleatoriedades pra tentar entender como é possível que nesse espaço de tempo que eu citei, seis anos, eu sinta como se tivesse experimentado uma vida inteira. nascer e morrer.

O que o universo pode me trazer de consolo? de entendimento?
O que eu faço com essa informação?

No desespero eu vejo graça, na falta de conhecimento eu vejo luz.

Como pode ser que eu sinta tudo isso? Como é que eu te amo?

Tudo na vida é relativo

Eu passei muitos anos relativizando. é coisa da minha cabeça. só eu me sinto assim.

Mas será, me perguntei algumas vezes. parece tão real, será que sou só, sou só eu?

O espaço dilatou, o tempo contraiu, o mesmo com meus pulmões. Nasceram cabelos brancos, surgiram cicatrizes... Com você também? Claro! Claro que sim! Você existe, não existe? Então está exposta ao vai e vem das ondas da vida, também viveu tsunamis. Porém como explicar? A vida acontecia, morte e vida, e ainda sim permaneceu.

Novamente pergunto, pra que relógios? Carros e afins? Estivemos lado-a-lado em várias ocasiões. Te vi, te alcancei, ou terá sido você?

quinta-feira, 8 de março de 2012

Dança comigo?

Saí correndo porta afora fugindo desse isso aqui que estou sentindo.
Eu juro que eu estou tentando aguentar, é só o início, e passa rápido eu sei.
Mas hoje, nessa lua cheia, nessa casa enorme vazia, nessa cama que mesmo sendo pequena está demais pra mim, não dá.
Não consigo esperar, hoje não aceito a distância, hoje não aceito o tempo, hoje não quero mais nada além de você.
Hoje doeu não poder te tocar, hoje doeu não poder te beijar. Hoje foi demais pra mim.
Amanhã? Amanhã eu não sei, pode ser mais fácil, pode não ser. Não quero pensar no amanhã com esse hoje tão pesado aqui.
Hoje eu não quero mais nada além de você.
Saí correndo porta afora porque não sei o que fazer mais com hoje.
Hoje me recuso a dormir sem você do lado.
Hoje eu quero transcender, hoje eu quero sexo, hoje eu quero amor, hoje eu quero flor aqui ao alcance.
Queria dividir, queria colo... Mas é só o início e passa rápido, lo sé. Pero hoy no acepto dormir sin ti.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

3 tons de cinza

Reviro folhas e lembranças antigas, mofadas dentro da gaveta.
Outras jogadas no canto do quarto cheias de pó (de estrelas) 
Abro caixas e caixas - cheias de vazios
Faltas do que nunca experimentei
Faltas do que nem vi chegar

Anos e anos rabiscados em cadernos velhos

O frio da memória me invade (há muito tempo)
Mas agora me despeço.
Não do que fui, ou (se) foi. Mas do que não me deixava partir.
Me parto inteira, agora sim.
Assim, sem explicações.
Me parto para me encontrar, completa, leve, nova.

Reorganizo o armário e a vida.
Cansei das antigas esperas.
A vida é curta demais pra desperdiçar sentada no sofá com um cigarro a queimar sozinho na mão.
Prefiro os suspiros...

sexta-feira, 3 de junho de 2011

A poesia se esconde nas curvas e recantos do seu caderno-corpo,
Meus dedos-caneta procuram pelos seus escuros.
Cada traço floresce num mar de sensações.
E fica assim, marcado, em tinta relevo, na pele.

E na falta que faz.

domingo, 1 de maio de 2011

I've been tired...

Tenho andado cansada. Dormido demais. Bom, dormido não, com sono. Mas sempre que tento dormir, o sono, esse danado, desaparece sem deixar rastros. Os dias passam, a vida passa e eu estou aqui, no mesmo lugar me perguntando como foi que cheguei aqui.
Aqui nesse alto do morro, ou fundo do poço. Não sei a diferença, se esta existir. Sei que estou cansada e estou aqui. Com sono.
E andei muito, os caminhos nem foram os mesmos, mas também não me levaram a lugar nenhum. Mas estou nesse lugar... Vazio, cheio de eco e de sombra. Não! Cheio de falta! Falta de coisas, pessoas, não sei! Mas cheio desse eterno sentimento de urgência. Essa falta gigantesca que envolve e ocupa todo esse lugar vazio. Mas não se pode ver a diferença. Ela acontece dentro da gente. O lugar parece vazio visto de fora. Mas se sente todo esse peso empurrando a gente sabe-se lá pra onde. E deixa cansada, exaurida. Sem forças pra sair, sem forças pra levantar.
Tentei sorrir esses dias, mas não foi muito eficaz. Acho que mostrei os dentes, mas deve ter parecido um rosnar... Sei que não foi muito sincero... Não! Diria que não foi muito natural. Ninguém nunca repara... Mas é difícil quando não se consegue sorrir. Viver cansa demais quando o fundo do poço, ou o alto do morro fica assim preenchido de falta e vazio.
Talvez tenham passado pessoas por mim. Mas já me tornei tanto parte da paisagem que ninguém reparou ali no meio: eu. Sozinha, triste e vazia. Parece que falta vida, cor... Sim, cor! Eu sei onde procurar, mas tenho vergonha de pedir por elas. Acho que o vazio tem cor de cinza. Ah! Além de tentar sorrir eu tentei colorir esse vazio. Achei um estojo cheio de lápis de cor. Passei o dia esfregando por todos os lados. Mas a tinta simplesmente escorria. Logo desisti.
Desistir tem sido fácil. Talvez demais. Talvez seja a falta de forças, ou de cor... Talvez até o sono, a dor. Sei que sozinha nesse vazio cheio de falta, as coisas perdem um pouco o sentido... E o sentimento que resta é só de insignificância. Como se o mundo não sentisse falta de mim, das minhas cores, ou dos meus sonhos.

sábado, 12 de março de 2011

O carteiro

Fiquei esperando, o dia todo, um sinal... Uma notícia... Aviso, que fosse...
Passei o dia todo alimentando aquele sentimento de ansiedade quando se espera algo que se quer muito, como a chegada do correio, o início do horário de almoço, o fim do expediente.
Mas olha o céu... O dia está acabando, minha força parece desaparecer junto com o sol e aqui, admirando esse pôr-do-sol tudo o que eu quero fazer é chorar essa "tristezinha" que formou aqui dentro por essa falta de comunicação...
O tempo, o universo, o não sei o que, parece estar conspirando contra minhas esperanças... Se eu não crio expectativa, tudo bem, as coisas vão acontecendo... As dores não são grandes, as alegrias sim... Mas quando espero tudo inverte. Alegrias não tem o peso de uma formiga... Mas as tristezas pesam o mundo...
E eu aqui fraquinha demais pra conseguir segurar...
Fiquei esperando o dia todo... Mas não... Não recebi nenhuma carta...

sábado, 26 de fevereiro de 2011

É ruim viver sem ele...

Vou vagando por aí, perdida entre pessoas e lembranças. Acho que não sei mais separar o real do imaginário, acho que nunca soube. E por mais poético que isso tudo seja, por mais poética que eu seja, não é suficiente pra viver. Não se vive de amor, acredita?! Eu que sempre vivi dele... Descobrir que não me nutria! Oras! Tenho andado por aí sem acreditar em nada e duvidando de tudo. Tenho sentido saudades que não sei se deveriam ser sentidas, faltas que apertam o meu peito e queimam... Mas queimam esse espaço vazio, empty, mas cheio de coisas que eu não sei nominar. Meu coração voltou a bater do lado errado, o de fora... Mas agora não, ele não volta pro meu peito, e dói, longe, mas dói. Quem já sentiu o coração doer longe entende, é estranho, é pesado e eu caminho por entre pessoas e por lugares que não me fazem diferença, mas sempre te enxergo, com meu coração sofrido, dolorido, machucado... Aproveita que ele está em seus braços e cuida dele pra mim, eu já não posso.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Pra quê?

A: Senti o seu cheiro hoje. Não sei de onde veio, mas eu puxei o ar e lá estava ele. Delicioso! E esse cheiro me levou de volta a épocas passadas, lembranças... Mas de uma maneira tão real que parecia estar vivendo aquilo de novo.
Mas como ele veio, ele foi.
Talvez você tenha se lembrado de mim no meio da tarde. E sentir o seu cheiro foi o jeito da vida falar, olha! Ela ainda lembra.
Mas não vejo o por quê disso tudo. Já faz tanto tempo, não? Mas fiquei feliz... Seu cheiro ainda mexe comigo. O arrepio que cresce da nuca pra todo o corpo. As pernas que ainda fraquejam... O calafrio das borboletas no estômago...
Acho que eu lembrei porque não quis te esquecer...


Sentir o seu cheiro hoje doeu. Mas foi inútil...


Talvez eu tenha mesmo te esquecido.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

See you at the bitter end?

Foi, era, voltou, fez falta, partiu, sonhou, chorou, sorriu...


Com a mesma boca disse mil maravilhas, mas também maldisse quando estava no ápice do nervosismo.


Mentiu? Ainda não sei, sei que foi, era, voltou, fez falta, partiu, sonhou, chorou, sorriu...


A saudade ainda aperta pequenina no peito, esperando um dia que pode não chegar, que pode ter passado.


A voz conhecida ainda arranca felicidadezinhas de dentro do sorriso escondido.
Escondido junto com todo o resto. O bom, o ruim e o nada.


Esse por sinal ocupa muito espaço...


Ele vai, é, volta, faz falta, parte, sonha, chora... Sorri,

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Semi-alucinações II

Te escrevi um poema, à lápis no papel...


Te escrevi carinhos e carícias.


Te escrevi abraços, cuidados, afagos...




Te escrevi muita coisa que gostaria de te dar.


Mas ficou ali, naquele papel decorado. 


No caderno que agora anda sempre comigo.


Carente.

sábado, 18 de dezembro de 2010

fôlego

éter!
éter!
maldito 'insegurável'!
volta pensamento
volta sentimento
não me largue assim só
não me deixe sem resposta
volta e me envolve e me explica
por que eu não posso tocar a poesia?

sábado, 11 de dezembro de 2010

...renovação...

Eu quis escrever uma carta. Uma carta que contasse tudo o que eu não consigo descrever.
Que contasse minha tristeza, que contasse meu choro escondido. 
Que contasse a saudade.

Eu quis escrever uma carta. Uma carta que falasse de amor. 
Amor acima de tudo. Amor que se renova, amor que molda minha existência.

Eu quis escrever uma carta...

Mas pensamento é como éter... Não consigo segurá-lo com as mãos, não posso apertá-lo contra o peito...
 Não posso tocá-lo.
Mas descrevo, pouco, o que sinto.
O resto, bom... 
O resto é entrelinha...

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Os textos não...


É bom ser lembrada
É bom lembrar o que as vezes me esqueço
E me esqueço quando vem 'a coisa'...
Essa coisa que aparece no meio do nada, da tarde, do sonho...

É uma certeza do incerto
Seria certo pensar?

Mas acontece que é bom ser lembrada das coisas que valem a pena.
Que me valem a pena.

Pode ser um me ligar no meio da tarde pra saber como estou e eu dizer sem palavras, em silêncio e lágrimas, que gostaria muito de um abraço. Precisava muito dele.

Pode ser um sinto saudades vamos nos ver e fazer algo bacana, combinado com uma música, um som pra me lembrar das coisas...

Sabe, eu ando desenhando na parede...
É pra ocupar a cabeça, fazer parar de vir 'a coisa'...
É que quando ela vem, o mundo pára e parece entrar todo na minha cabeça.
Aí já não consigo fazer nada, ser nada.

Quando 'a coisa' vem, eu me esqueço de você, de vocês... Só fica o resto do mundo...
E sabe... As vezes esse resto não vale muito a pena...

É inevitável...
O ela vir...
Mas com essas coisas que me lembram, talvez ela vá embora mais rápido...

E 'Ela' também vai embora com a chegada d'a coisa'... Mas Os textos....
Ah!
Eles estão na parede, nos cadernos, no coração...
Eles fazem parte de mim...
E o que faz parte de mim permanece.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

É coisa de criança.

A mãe está fazendo seus trabalhos da faculdade, o filho, pequeno ainda, chega desesperado pra ela:


-Mãe mãe! Hoje eu senti uma coisa estranha no peito, uma pontada estranha, eu tô com medo mãe!


-Quando foi isso - pergunta a mãe preocupada.


-Foi na hora do recreio... Eu tava com raiva, a Luciana não quis aceitar meu biscoito, mas aceitou o do Pedrinho. Daí veio a pontada...


-Você estava com ciúmes, meu filho... A gente sente isso quando gosta de alguém...


-Mas mãe, doeu! É assim quando a gente gosta das pessoas?


-É normal, quando a gente está apaixonado as vezes dói assim.


-E a gente morre disso mãe?


Ela negou com a cabeça, sorriu e passou a mão pelos cabelos do filho. Mas lá dentro ela pensou - Morre sim... Eu já morri.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

É perfeito

E assim resumido em uma só palavra deixo de me explicar.
Deixo todo o resto subtendido.
Escondido nos sorrisos que guardo pra mim.
Nas lágrimas choradas pra dentro que me queimam.
Nas lembranças que me deixam extasiada.
Nas faltas que me tocam de leve na pele.
Nas sobras que apertam meu peito.
E na boca que agora fica fechada.
De greve.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Tormento noturno

Meu peito está doendo de saudades e não consigo dormir. Um grito abafado no meio da garganta me faz engasgar.

E dói.

É cicatriz nova, sangrando ainda... É falta latente, flamejante.

É a insônia tirando a pouca paz que consegui ignorando essa dor. É o carinho tachado de falso se rebelando, se debatendo.

Não sei se saberei, mas posso falar. Não foi mentira, não foi ilusão.

O carinho, enorme, gratuito e verdadeiro conserva lembranças...

Pedidos silenciosos às estrelas a noite... Que cuide de vocês.

Que cuidem quem amo.

Mesmo assim, estranho, distante, frio.

Mesmo no frio da noite solitária em silêncio.

Que mostre que quero a felicidade.

Me retiro a contra gosto.

Me retiro porque devo, não porque quero.

Meu peito dói e não me deixa dormir.

Um grito ecoa na garganta.

Não entendi muito bem o que dizia...

Mas disse, e era importante.

Eu amei mais do que pude.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

O jardim.

Elas brigavam por causa de um jardim.

Deixe-me explicar, elas eram um casal... Ou pelo menos pareciam quando estavam juntas... Mas não vim contar sobre a relação delas, vim falar do jardim, e da briga que tiveram por causa dele.

Chamaremos uma de Marte e a outra de Vênus, pra demonstrar as diferenças.

A história é a seguinte, Vênus tinha um jardim, no apartamento térreo de um prédio de vinte andares, um belo e grande jardim. Marte morava no mesmo prédio, na cobertura.

Mas Vênus era muito ocupada pra dar a atenção que o jardim merecia, então Marte perguntou se poderia ela, cuidar do jardim.

Todos os dias, Marte entrava pelos fundos do prédio, direto no jardim, e passava horas por lá, regando, plantando, adubando e mais que tudo dando atenção pro lugar.

Vênus viajava, trabalhava e continuava com sua correria, encontrava Marte apenas quando estava em casa, normalmente correndo, e ia para o jardim.

Não comecem a pensar que Vênus era uma desnaturada, ou ingrata... Não, ela realmente não tinha tempo, e era muito grata a Marte por cuidar, com tanto carinho, do seu jardim.

Um dia porém, Marte chegou ao jardim e tudo estava diferente. As plantas, os vasos, as mesas, tudo! Tudo fora dos lugares que Marte havia colocado. Ela ficou furiosa, mas decidiu procurar saber o que tinha acontecido.

Quando Vênus chegou, ela perguntou o que havia ocorrido, quem tinha mexido no jardim. Mais ainda, quem tinha mexido, sem avisar, no jardim que ela cuidava.

Vênus respondeu que era uma amiga, chamaremos de Júpiter. Sem explicações para escolha do planeta que a nomeia.

Retomando, Vênus disse que sua amiga Júpiter havia ficado em sua casa e decidido cuidar também do jardim, disse ainda que Marte devia era ficar contente em ter alguém pra dividir o trabalho com ela.

Marte retrucou perguntando se Vênus nunca havia reparado em nada no jardim.

Vênus disse que adorava o trabalho de Marte ali, mas que eram só plantas, não precisava tanto drama por causa de algumas mudanças.

Enquanto brigavam, Marte recolocava tudo no lugar e Vênus ia se irritando com tanto drama, tanta tempestade. Não entendia porque Marte havia ficado tão brava, e atribuiu isso a ciúmes.

Vênus ameaçava ir embora, tinha muitos compromissos e não podia se atrasar por mero ciúmes infantil. Mas ficou até Marte acabar de reorganizar suas plantas.

Quando terminou Marte, mais calma, pegou Vênus pelas mãos, e calmamente deu uma volta no jardim explicando todo o cuidado no trato das plantas e agora reproduzo suas falas:

- Aqui eu plantei roseiras, margaridas, crisântemos, algumas violetas, alecrim, louro e outras folhas perfumadas, no centro do jardim há uma dama da noite, por que eu sei que você gosta do cheiro... Todos os dias eu entro e dou amor a elas... Elas não podem me responder, mas a cada dia vejo que a resposta delas está na beleza que emana de cada uma delas. Eu cuido do jardim pensando no que você gostaria que tivesse. Eu cuido dele como se cuidasse de você. Todos os dias eu rego de carinhos, tentando que esses carinhos cheguem até você. Todos os dias eu espero você perceber ou comentar alguma coisa mágica. Mas vivemos depressa demais e nem sempre conseguimos acompanhar a lenta dança da magia.”

Ainda de braços dados com Vênus, Marte a guiava até o elevador, subiam para o terraço, onde morava.

- Nesse todo tempo em que cuido do jardim, espero que você perceba uma surpresa. E não é ciúmes, ou puro drama a minha chateação com as mudanças.

- Por mais que moremos no mesmo prédio, as vezes te sinto muito longe, então pra matar a saudade eu fico ali, no jardim, plantando o que me lembra você. Cuidando do que me faz te sentir por perto. Mas não posso ficar o tempo todo por lá, então descobri uma forma de te sentir aqui de cima também.”

Então, debruçando sobre o parapeito do terraço, ela apontou pra baixo, onde ficava o jardim. Indicando que Vênus devia olhar.

Quando se debruçou também, Vênus pode entender a raiva de Marte... Cada planta, cada cor, cada forma ali em baixo eram completamente naturais, comuns quando se estava lá, perto. Dentro. No meio do jardim. Eram belos, mas não passavam de plantas aos olhos comuns, ali de cima ela pode entender a mágica. Organizado do jeito que estava, o jardim formava uma imagem, um rosto... Vênus podia ver, era o seu rosto que se formava. Uma lembrança vaga do seu rosto que ia mudando a frente dos seus olhos, ficando cada vez mais parecida com ela... Parecia até que sorria... Vênus enfim viu a mágica.

Elas brigavam por causa do jardim... Mas ali de cima, já não tinha importância essa briga.

domingo, 30 de maio de 2010

I hope some day...

Suspiro
seco
ecoando
no
comodo
vazio

Assim,
sozinha em minha própria companhia
Descubro mais uma vez
O que meus instintos já haviam alertado.

Sim,
erramos,
a todo momento,
com quem amamos...

A descoberta do novo, do diferente, do encantador, inebria.
Embriaga.

E assim, bêbados dessa fuga do rotineiro,
do cotidiano,
acabamos por perder o que contávamos como certo.

Duvidando da nossa capacidade de reabilitação.
Da fé em consertar as todas coisas que erramos,
mantemos o erro em segredo,
duvidando também da capacidade dos outros de perdoar.

Nos ilhamos no nosso próprio medo
E tristes constatamos que assim fazendo,
Materializamos nossos maiores receios.

terça-feira, 9 de março de 2010

Flash cotidiano

Movimentação inquietante
O tempo correndo solto livre
do controle limitado das horas
Eu parada,
esperando
Sempreando
esperando
A mudança
A morte
Alguém

quarta-feira, 3 de março de 2010

Para lembrar,

Saudade
De coisas antigas
Mas não por isso velhas,
Nem perdidas...

Talvez deixadas,
(maturando)
Andando com próprias pernas
E aprendendo novos casos,
Para que
(quando de novo em reencontro)
Possam dizer
Cortei quatro cantos,
Vivi e
Amei...

E nesse
todo tempo,
nem um dia sequer,
deixei de pensar
em você.

Vem ver

Beringela

     Hoje eu quis falar com você, conversar sem nenhuma restrição sobre tudo o que fosse e é e será. Hoje eu quis muito que a cozinha fosse ...