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terça-feira, 5 de maio de 2020

Eu não tenho um nome para dar

Belo Horizonte, 05 de maio de 2020


Eu sonhei que o mundo ia acabar,
Não um 'ia', de 'em algum momento da história'
ele ia acabar aqui
Tudo após uma aparente normalidade,

Tudo seguido de coisa nenhuma.

Me senti muito despreparado,
muito desesperado.
Não sabia por onde começar,
se tentava fugir ou se deixava pra lá.
Não sabia se cuidava de mim, ou do meu irmão.

O fim do mundo é mesmo um evento complicado.
Não segue etiqueta,
Não segue código de vestimenta,
Mas principalmente,
não tem horário marcado na agenda.

Eu sonhei que o mundo acabava em água.
Pouco pode ter a ver com o fato do meu rim produzir calcificações,
Ou tudo.

Mas no sonho a água era o fim
Talvez o começo?

De qualquer forma, eu sonhei que rancores eram revividos
E dores eram reacendidas.
(fogo?)
Pessoas que magoaram umas às outras, continuavam a magoar umas as outras enquanto o mundo acabava.
Tudo igual.
Exceto o mundo acabando.
(Será?)

Ainda sim acabava o mundo.
Por obra humana
Gananciosa
Sem razão

Um homem vestido de 'companhia' roubava água de quem não tinha nada,
Vendia e distribuía essa água pra outras pessoas que tinham um pouco mais que nada
E envenenava a água que deixava à disposição de quem vendesse um rim pra pagar.
Ele então vendia a solução em pó de muitos problemas (causados por essa água) e convenceu o mundo a jogar-la em suas caixas d'água e esperar.
A solução, assim, seria distribuída a todos em 'igualdade', era essa sua proposta.

Logo os níveis de água subiam
Desespero começava a tomar conta
A mesma falta de respeito pela história se espalhou como vírus
Matou o respeito, o senso, a crítica
Todos seguiam cegamente a esse homem-empresa e acreditavam que todos os problemas estavam resolvidos.
As tubulações das cidades rangiam com o aumento da pressão
A tensão era material, palpável
Todos com medo, todos temendo que suas coisas-vidas estivessem correndo risco de não mais existirem.
Num piscar de olhos tudo se deu, o que segue é difícil explicar com exatidão.
Direi meu ponto de vista, afinal é tudo o que tenho:

Notícias na televisão, ligações desesperadas, da janela um caos silencioso de quem não sabe o que aguardar. Explosão. Sou jogado do outro lado da sala, corro para janela e vejo fogo nas construções próximas.
Pessoas começam a fugir, mas fugir pra onde?
De novo barulho, mais prédios sentiam os seus canos estourarem. Da janela, ônibus se agrupam na tentativa de tirar as pessoas desse lugar. O ar está espesso, quando já não há o que fazer descobrimos a razão.
A cura vendida em pó absorvia toda a água que chegava em contato com ela, expandia muitas vezes seu tamanho.
O mundo acabava em água, fogo e ganância.

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

Dentro de mim

Sempre tive medo de altura, de altura não, de cair.
Não gosto de chegar perto de janelas em andares altos, sempre tive a sensação de que meus óculos escorreriam pelo meu nariz e ao encontrar seu fim e se atirar nesse abismo eu me jogaria lá de cima pra resgatá-los.

Medo não tem sentido.

Eu tenho medo de escuro. As lembranças voltam ao tempo da infância, quando as luzes se apagavam vinha o medo de que no escuro eu não veria quando algum mau viesse me procurar. Já teorizei sobre isso, tenho claros na memória alguns pesadelos que me contam histórias reais de terror nas suas entrelinhas.

Medo tem forma.

Eu não gosto de ficar sozinho. Bom, eu não gostava. Na adolescencia eu comecei a entrar em pânico quando ficava só em casa. Carreguei por muito tempo essa aversão, se não houvesse mais ninguém em casa comigo eu ligava a tv, o som, o computador e telefonava pra alguém. Pedia por favor que conversassem comigo sobre o dia, inventassem uma estória, qualquer coisa que me fizesse focar em outra coisa se não o horror que me encontraria porque eu estava sozinho. Pânico. Minha cabeça pregava peças, meus olhos viam coisas, meus ouvidos escutavam o que não existia.

Medo é esmagador.

Essas travas as vezes me impedem de me ver como "normal", elas encontram abrigos em medos novos, elas me fazem sentir um nada. Me ensinaram que eu era menos. Menos gente, menos mulher, menos filha, menos querida. Essa foi minha infância e não existe culpa específica para explicar porque a criança que eu fui se sentia assim, é questão coletiva, é expectativa social.

A expectativa matou meus sonhos. Constato isso sem dor, não acredito que uma variável ou outra teria mudado minha história significativamente. Eu aprendi a cada ano que eu merecia pouco, que eu fazia pouco, que eu era pouco. Eu tinha sempre que ser mais, fazer mais, valer mais pra receber reconhecimento. Tentativas nunca contavam como positivas. Desde muito cedo a frustração me acompanha e eu temo continuar ainda um pouco mais lutando pra lidar com cada frustração que ainda vou viver. Eu sei que vou me frustrar muito nessa vida e tenho medo.

O medo é uma força negativa. Paralisante. É a impressão de que as coisas vão dar errado. Que não vou ser forte. Que não vai ser suficiente.

Eu cedi muito da minha vida pra esse sentimento. Tentei evitar me encontrar com ele, me isolei, errei... Errei muito! Errei em nome de um medo que sequer eu sabia nomear.

Medo é paralisante.

Não existe solução (pro meu coração), não tem nenhuma moral no que eu disse. O medo é real, o medo é controlador. Esse texto não tem um final feliz, ele não tem nem final. Os medos persistem, as vezes fortes, as vezes fracos. Tenho aprendido que de nada adianta temer sentir medo, isso o alimenta. Tenho seguido um dia de cada vez, uma coisa de cada vez, mesmo na incerteza tenho caminhado.

Mesmo no erro, mesmo com medo. Minha resistência é minha maior dádiva e viver é revolucionário. Medos podem ser superados.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

O mundo

Fico preocupada em ser delicada, em tratar assuntos chatos e não digeridos de uma forma leve e tranquila. Mas não, não consigo mais.
Não quero nem levantar a bunda da minha cadeira pra ir até você e dizer que estou cansada de tudo. Estou cansada desse capítulo do livro, já passei a página.
Te digo que esse é o fim do capítulo. Se estávamos bem? Talvez estivéssemos, não sei. Sei que tudo era uma bomba relógio e que a qualquer movimento brusco uma pequena cidade se reduziria a pó.
Prefiro assim, saída de fininho, sem explicações.
Não permito espaço para despedidas. 
A situação é essa, parti de livre e espontânea vontade, ainda que digam o contrário. Assumi completamente as rédeas da minha vida e agora recebo, também completamente, todas as consequências de cabeça erguida e sem medo.

A vida é um caquinho de vidro tão pequeno, que ao soprar da mais leve brisa saiu voando...

Me perco nos meus pensamentos, isso tudo que disse não significa que odeio ou vou gastar minha linda e leve energia te querendo mal. 
Não vou querer nada. 
Não vou esperar nada. 
~Apesar de achar bacãna que continue sua vida de onde parou da melhor forma que conseguir.~
Lembra quando dizia que não queria ouvir seu nome sair da minha boca? Nem isso vou exigir de você, fale para quem quiser falar, o que quiser falar. Não me importo. Estou desfazendo os nós e não sei se permancem os laços.
Não vou dizer que 'um dia talvez possamos falar sobre tudo isso' porque não tenho controle das minhas querências nesse instante. Estou vivendo o agora, e o meu agora é só meu, sem lembranças, sem dores e sem alegrias. Meu agora é o estado puro de mim mesma, nada mais.
E sim, estou muito bem.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

L: Não! Nós não somos a mesma! Mas acho que seria mais fácil, mais leve..
E: Mas eu não quero ser igual a você! Mas quero que você pare de ser assim, tão eu...
L: É inevitável, você sabe... A gente é pedaço do mesmo ser, não tem outra explicação...
E: Sabe porque eu te odeio? Porque sempre que eu lembro de você eu sinto essa raiva a quase explodir meu peito... Raiva de tudo o que você é, porque é 10 mil vezes melhor do que eu.
L: Eu não sou melhor que você... Poxa! Eu te amo!
E: Não... Não pode... Você não pode me amar quando estou com ódio de você. Mas eu não quero, sabe, sentir esse ódio.
L: Não sinta!
E: Caralho! Você sabe que eu te amo! Você sabe que quando eu penso em velhice é você que eu vejo por perto, você sabe que ninguém entende esse amor que coabita em nós que não se pega. Você é minha melhor amiga. Mas eu te odeio hoje, como te odiei aquele dia. Porque por mais que você me dê muitas coisas, você tira muito mais do que pensa. Eu te odeio por ser tão foda, eu te odeio por melhorar sempre, eu te odeio por te amar. E isso não ser suficiente pra eu parar de te odiar. Eu te odeio por amar... Por amar ela.
L: Para. Eu não consigo te entender mais... Você vai ter que escolher. Ou ama, ou odeia.
E: Não tenho que escolher...
L: Tem sim! Se controla e decide. Você me ama?
E: Lógico!!!
L: Então para de me odiar.
E: Preciso de um tempo pra pensar.
L: O que mais você precisa pra pensar? Eu estou ficando cansada disso. Quer saber, eu é que preciso de um tempo de você.
E: Melhor... Vai! A gente se entende à distância... Mas não demora a voltar, posso sentir sua falta.
L: Eu vou sentir a sua.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

See you at the bitter end?

Foi, era, voltou, fez falta, partiu, sonhou, chorou, sorriu...


Com a mesma boca disse mil maravilhas, mas também maldisse quando estava no ápice do nervosismo.


Mentiu? Ainda não sei, sei que foi, era, voltou, fez falta, partiu, sonhou, chorou, sorriu...


A saudade ainda aperta pequenina no peito, esperando um dia que pode não chegar, que pode ter passado.


A voz conhecida ainda arranca felicidadezinhas de dentro do sorriso escondido.
Escondido junto com todo o resto. O bom, o ruim e o nada.


Esse por sinal ocupa muito espaço...


Ele vai, é, volta, faz falta, parte, sonha, chora... Sorri,

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

É tanta história, é tanta vida...
Conheço tão pouco mas já me sobrecarrega.
E a minha história? Quem lê? 
Quem acompanha?
Tem seguidores?
Tem fãs?


Quem é que espera por mim no fim da curva?
Da linha?
Da estação?


Quem vai abrir os braços, o sorriso, quem?


Fiquei tão triste, no meio de tanta alegria.
De que me vale?
É doce?
Que seja!
Doce, leve, do jeito que espero.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Semi-alucinações I

Vamos falar do toque...


Minha super valorização do toque.
É meu, sincero, único e fucking special, e eu divido com quem tiver força para me alcançar...
Mas corre meu bem, eu gosto de voar alto!
Quer vir comigo?

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Nada tenho, vez em quando tudo.




Texto da foto: Orlando Pedroso
Desenho da foto: Brincadeiras na parede do meu quarto... Logo logo eu vou pintar...

Dias de nostalgia...
Nem ruim...
Nem bom...

Mas ando precisando de uns braços e abraços...

sábado, 4 de setembro de 2010

Erros, cagadas e afins

Eu achei que era uma coisa e era outra

Eu pensei que era pra sempre mas a data de validade estava expirando
Eu jurava que não tinha errado mas estava errada sobre isso também

Eu não entendia muito bem o que era o amor mas estou começando a aprender

Eu fiz juras a mim mesma que quebrei
Eu fiz juras a você e elas viraram fumaça

Eu consegui separar as coisas pra, sem saber, me separar delas depois
Eu sinto faltas que não entendo e vontades que entendo menos ainda

Eu vivi um mundo de coisas e, mesmo achando que já foi o suficiente, sei que muito mais há de vir.

Eu quis tantas presenças que acabei sozinha
Eu tive tanto medo de perder que foi exatamente o que fiz

Eu acho que não mudei nada, e talvez esteja errada ao pensar assim

Eu quis falar e fazer tanta coisa!
Mas não fiz.

Eu quis explicar outras tantas...
Mas como explicar o que eu não entendo?

Eu quis acabar com tudo, mas não consigo.

Eu quis acabar comigo,
Mas já não tem muita coisa pra acabar mesmo.

Eu quis gritar
Mas ninguém ia escutar mesmo.

Já me senti insignificante
E ainda sinto

Já confirmei dúvidas
E ganhei o dobro delas.

Me perdi dentro do meu quarto pra me encontrar numa esquina. 
Numa palavra.

Escrevi, mas não tudo o que importava.

Me cansei de tudo mas sempre renovo as esperanças.
E as esperas.

Sangrei, mas era lágrima
Chorei, mas era sangue

Cortei o coração, por dentro. Mas a dor não saiu.
Gritei o mais silencioso dos sussurros.

Me esqueci o suficiente pra lembrar só o que importa, e o que me move.

Enchi as palavras de significados ocultos só pra não dizer três simples, delicadas e sinceras palavras.

Quis me fazer explicar por coisas intocáveis
Somente por não saber lidar com as que alcanço.

Sorri, mas era tristeza
Quando foi verdadeiro, nem eu notei.

Em verdade digo que sinto falta.

Mas não... Ninguém vai ficar sabendo.

Nem eu.

domingo, 2 de maio de 2010

Fernando Pessoa

Eu gosto tanto, mas tanto do Pessoa que hoje nem quero escrever nada meu.
Farei dele as minhas palavras, e com tanta convicção de que são verdades para mim que será como se fosse meu... Assim como um poema deve ser, escrito por outra pessoa, mas verdadeiro pra muitas...

Verdadeiro pra mim de muitas formas... E sempre.


Far-te-ei um sonho meu. Ressuscitada
Tua alma mesma será outra e minha.
Libertar-te-ei de ti. Não eras nada.
Serás meu ser, não tu, como és agora
Teremos, o tempo e a terra em nós definham,
O amor nosso lugar, Deus nossa hora.

Como um Deus que pra amar um mundo cria,
Criar-te-ei. Achar-te-ei em Deus e em ti,
Perdido o antigo ser que te fazia
Não me amar, não amar, viver apenas
Uma vida vendida de si
A horas perturbadas e serenas.

Eu que subi a Deus, encontrarei
O fogo sagrado de Prometeu
Com que teu morto ser anunciarei,
Tua alma e corpo mortos totalmente
Novo Pigmalião farei do meu
Fogo viver/vivo, pra além de *.

F.P. [1909]


*espaço em branco deixado pelo autor.

domingo, 25 de abril de 2010

Não tinha data

A noite começa...
Uma dose,
uma conversa,
dança um pouco...

Bebe,
outra dose,
dança,
conversa,
ri...

Esquece
esquece
esquece...
Esquece todos os problemas...
Esquece seu nome,
sua cor,
sua vida...
Esquece seus problemas,
esquece os problemas dos outros...

Esquece o seu lugar,
esquece a falta de lugar...
Esquece o que sente...

Toma!
Mais uma dose!
E o mundo gira...

[Mas ele não gira sempre?]

Gira. Mas gira mais...
A noite começou...
Dança,
gira,
bebe,
esquece.

Vem ver

Beringela

     Hoje eu quis falar com você, conversar sem nenhuma restrição sobre tudo o que fosse e é e será. Hoje eu quis muito que a cozinha fosse ...