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sexta-feira, 4 de agosto de 2023

aguaceiro


sinto algo estranho porém muito familiar
tem alguns dias que os minutos e segundos estão passando errado.
ou o ar que entra nos meus pulmões é tão pesado que me arrasto pelos cantos
tudo fora do lugar e eu ali no meio da tempestade
alguma coisa pesa meu peito e não consigo me mover sem antes entender o que está acontecendo.
pensamentos enxurrada me levam
coração palpita e eu suplico para que ele me conte o que é
minha boca diz coisas como ansiedade, estresse, mas o coração acena que não
eu não entendo o que ele diz, meu coração conversa diferente, ele não sabe palavras ou língua falada alguma na terra
sinto que ele grita, frustrado por não entregar sua mensagem
a boca continua usando palavras demais, os olhos dizem lágrimas e meu estômago diz apertos. a pele puro arrepio.
para a nossa salvação, meu corpo e eu, a cabeça pensa imagens de você
as mãos sentem os vazios da sua falta
faz um tempo que o corpo não se revolta assim completamente contra mim
outra onda vem, eu diminuto nesse aguaceiro, sou jogado de um lado para o outro.
busco respirar evitando que me afogue e dialogo com todo meu eu.
então conto, buscando toda paz que consigo encontrar, o que acredito ser o motivo de tanto caos. isso é carência, fazem dias que sinto essa falta presente nas horas que correm, que você não sai da minha lembrança, que isso tudo é saudade, que por melhor que seja a intenção desse motim, não posso fazer nada se todos eles não estiverem na mesma frequência.
percebo o quanto todas minhas partes prestam atenção no que digo. sinto aos poucos a melhora do tempo, a calmaria que vem chegando.
explico que mesmo longe, você está. você existe, você é.
concordo comigo, é difícil as vezes sentir tanto e não dar vazão pra tudo isso guardado dentro de mim. as lembranças, os sabores, os momentos.
me contraponho, por mais que os dias passem, os meses se alonguem, a gente não se fale. por mais que tudo pareça caótico e eu não diga com a frequência que vivo o sentimento, eu sinto. o amor que te ama, está.
eu sei que você me ama e eu amo esse amor

domingo, 10 de abril de 2022

Foi-se

Acordo de uma noite sem sonhos, ao me levantar ainda sinto meu corpo à deriva nesse mar de nadas em que adormeci. O sol discreto também parece meio perdido, sua luz flutuando em meio a um oceano de nuvens. 

Uma frase passa pela minha cabeça, "tudo é improviso", resolvo então não planejar nada. Rotina sempre me deixou exausto, provavelmente porque eu penso demais e me fixo em detalhes. Acho que Caio chamava isso de "parafuso na cabeça", faz muito tempo que não leio Caio, ou qualquer outro autor, na verdade.

A rádio da minha cabeça toca uma música que vive repetindo dentro de mim, "achei que você se lembrasse, mas parece que você esqueceu", de improviso entro no banheiro, um banho talvez tire esses pensamentos todos do meu campo de visão.

Abro a torneira, o chuveiro me banha com um carinho que me pareceu desconhecido, carinho.

Não tenho tido muito carinho comigo, não é?

Todos os dias exausto acordo e me forço a seguir uma lista anteriormente definida de afazeres que quase sempre deixavam de lado o que eu queria.

Os dias foram ficando iguais, e eu cada vez mais cansado e vazio. "Agora são oito da manhã, ódio na manhã", minhas mãos tremem enquanto lavo a cabeça.

Então começo a chorar debaixo da ducha quente, minhas lágrimas se misturando à agua do chuveiro, me sinto escorrendo pelos meus dedos.

No banheiro sem espelhos me vejo pela primeira vez em anos, "consego sentir a dor, e você?"

Viver cansa, deveria ser assim? Se arrastar ao longo das horas dos dias, misturar o ontem hoje e amanhã? "Parado aqui sozinho estou procurando por algo, mas não sinto nada"

Cresce dentro de mim uma sensação conhecida, essa eu vejo todos os dias, a frustração embraza, envolve, sufoca e antecipo todas essas sensações.

Mas não, dessa vez ela me suporta suavemente com seus braços, acalenta meu choro que aumenta e me embala.

Por que eu estou chorando tanto? Subo os olhos, a água cai ritimada, me lembra a chuva.

"Aqui não parece minha casa", ainda é minha, mas o conforto que eu esperava está longe de fazer disso aqui um lar. mas a culpa não é da construção, na realidade nem culpa há para se direcionar a algo.

"Todo meu amor se foi", a canção continua enquanto tento cantarolar e me engasgo no banho. Esse é um bom momento pra encerrar essa ducha, escovo meus dentes e me seco. 

Decido mais uma vez que preciso cuidar de mim, preparo um café, ovos e pão. começo a pensar que preciso comprar frutas, mas logo deixo esse pensamento ir também, o cheiro da comida me pesca de volta em atenção.

A vida não é ruim, minha cabeça não está quebrada, talvez meu coração, mas não sei dizer. O próximo gole de café me afasta de tudo isso. Nele consigo sentir que estou em outro lugar. Sinto brisa e sol e paz. Fecho os olhos e quase consigo sentir o cheiro do mato.

Abro meus olhos no meio da cozinha, minha alma está cansada, minha atenção se volta pro corpo, pesado, triste, carente

É isso, tanto tempo fiquei fechado dentro de mim e de uma ideia de sobrevivência que eu não tenho aproveitado mais o que os dias entregam.

Depois do café um cigarro, meu vício, meu apoio, já tem três meses que minha médica me tirou do antidepressivo, nunca soube o que isso significava, mas agora eu sinto, percebo meus desejos, minhas repulsas, eu não quero viver de ódio, de rancor.

Estamos todos à deriva, invariavelmente. O melhor que posso fazer agora é apreciar a vista.

domingo, 9 de maio de 2021

Eu já tive mãe

Mãeeu faço isso há oito anos, o mês de maio também é difícil. São oito dia das mães sem conseguir fazer muito. São oito dias do seu aniversário que ficaram vazios.

Eu tento várias coisas, não me cobro mais, a vontade é ficar deitado o dia todo, procurar filmes ou livros que me fazem esquecer do dia de hoje.

A internet, é claro, não deixa. Então desligo tudo, tento não pegar no celular. Fico com o Sassá e tento fazer de hoje um dia normal, mas não dá né?

Queria fazer um almoço gostoso, limpar a casa, deixar tudo organizado, foi com essas metas que me deitei ontem, mas não fazem mais nenhum sentido.

Recolho meus cacos e vou enfrentar mais um ano, do jeito que der, com esse aperto no peito e a vontade de chorar contínuas.

Aceito minha força de hoje, e ela me permite ficar quieto, deitado, sem vontades. Tem sido difícil demais

sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

Como água

Me comprometi com mudanças severas na vida, uma casa, uma cidade, um clima, uma proposta.

A gente é como água.

Quem disse isso é outra pessoa de água, que entende que as vezes vem uma enchente e muda toda a aparência da região. E é essa a meta, andar até não reconhecer nada em volta e aí sim sentar e ver o que pode ser, o que pode ser feito.

É sobre construir uma nova realidade com as prioridades nos lugares, é ter foco e mesmo assim estar atento ao redor e pra dentro.

É sobre ir e viver e avaliar ao mesmo tempo em que se vivencia. 

É sobre como seremos nós mantendo nossos eu's e construindo o presente para o futuro que quero ter.

É sobre nós.

Mas também é sobre mim.

quinta-feira, 27 de setembro de 2018

Eu sinto depois da meia noite.

Tenho pensado na vida e suas variáveis, nesses tempos, onde uma grande lua cheia iluminava as noites, eu passei várias delas acordado me perguntando quem sou.

Os anos vão passando cada vez mais depressa.
Os minutos cada vez mais devagar.

E nessa relatividade vou eu, conectando os pontos e tentando resolver o grande quebra cabeças que é...

Viver é muito complicado,
São esperanças e expectativas que cercam, pressionam, pedem por ações.

Muitas vezes me perco nos vazios, do que podia ter sido, do que foi, do que vai ser

Estar.

Do outro lado do oceano me encaro, não sei como cheguei, não sei como voltar. E se soubesse, voltaria pra onde?

Pensar na vida é enfrentar o terror do parafuso entrando na cabeça. Cada volta mais apertada, cada centímetro uma dor. E dor nem é a palavra certa.

Nós somos um não sei de possibilidades que não se concretizaram. Mas negações não formam uma pessoa.

Eu sou o que? As escolhas que fiz, as que deixei de fazer? Eu sou quem está no controle da minha vida?

Pensar é fazer perguntas? Sento no escuro do que sou para falar do que não é. E não, ser não é negar.

Como me atinge o que nego? Construo casas com tijolos imaginários, os colo com cimento fresco. Refresco minha memória, quem eu sou?

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

Dentro de mim

Sempre tive medo de altura, de altura não, de cair.
Não gosto de chegar perto de janelas em andares altos, sempre tive a sensação de que meus óculos escorreriam pelo meu nariz e ao encontrar seu fim e se atirar nesse abismo eu me jogaria lá de cima pra resgatá-los.

Medo não tem sentido.

Eu tenho medo de escuro. As lembranças voltam ao tempo da infância, quando as luzes se apagavam vinha o medo de que no escuro eu não veria quando algum mau viesse me procurar. Já teorizei sobre isso, tenho claros na memória alguns pesadelos que me contam histórias reais de terror nas suas entrelinhas.

Medo tem forma.

Eu não gosto de ficar sozinho. Bom, eu não gostava. Na adolescencia eu comecei a entrar em pânico quando ficava só em casa. Carreguei por muito tempo essa aversão, se não houvesse mais ninguém em casa comigo eu ligava a tv, o som, o computador e telefonava pra alguém. Pedia por favor que conversassem comigo sobre o dia, inventassem uma estória, qualquer coisa que me fizesse focar em outra coisa se não o horror que me encontraria porque eu estava sozinho. Pânico. Minha cabeça pregava peças, meus olhos viam coisas, meus ouvidos escutavam o que não existia.

Medo é esmagador.

Essas travas as vezes me impedem de me ver como "normal", elas encontram abrigos em medos novos, elas me fazem sentir um nada. Me ensinaram que eu era menos. Menos gente, menos mulher, menos filha, menos querida. Essa foi minha infância e não existe culpa específica para explicar porque a criança que eu fui se sentia assim, é questão coletiva, é expectativa social.

A expectativa matou meus sonhos. Constato isso sem dor, não acredito que uma variável ou outra teria mudado minha história significativamente. Eu aprendi a cada ano que eu merecia pouco, que eu fazia pouco, que eu era pouco. Eu tinha sempre que ser mais, fazer mais, valer mais pra receber reconhecimento. Tentativas nunca contavam como positivas. Desde muito cedo a frustração me acompanha e eu temo continuar ainda um pouco mais lutando pra lidar com cada frustração que ainda vou viver. Eu sei que vou me frustrar muito nessa vida e tenho medo.

O medo é uma força negativa. Paralisante. É a impressão de que as coisas vão dar errado. Que não vou ser forte. Que não vai ser suficiente.

Eu cedi muito da minha vida pra esse sentimento. Tentei evitar me encontrar com ele, me isolei, errei... Errei muito! Errei em nome de um medo que sequer eu sabia nomear.

Medo é paralisante.

Não existe solução (pro meu coração), não tem nenhuma moral no que eu disse. O medo é real, o medo é controlador. Esse texto não tem um final feliz, ele não tem nem final. Os medos persistem, as vezes fortes, as vezes fracos. Tenho aprendido que de nada adianta temer sentir medo, isso o alimenta. Tenho seguido um dia de cada vez, uma coisa de cada vez, mesmo na incerteza tenho caminhado.

Mesmo no erro, mesmo com medo. Minha resistência é minha maior dádiva e viver é revolucionário. Medos podem ser superados.

segunda-feira, 29 de março de 2010

des[ABAFAR]

Peguei a chave
Subi as escadas
Abri a porta

Acendi a luz, liguei o ar, liguei o computador, me liguei...

Todo dia a mesma rotina, a mesma ordem.

E todo dia, depois de refazer esses todos mesmos passos, e ao me sentar em frente a esse computador percebo que foi tudo automático, que não prestei atenção em nada do caminho da minha casa até aqui e que a cada dia que passa eu me apago um pouco mais nessa vida igual.

Me liguei e vim dizer isso...

É sempre a mesma falta...

É sempre a dúvida entre me entregar no caminho esperado e imposto, ou me aventurar na minha vida.

É sempre escolher, escolher e escolher...

Será que as outras pessoas todas estão satisfeitas com suas vidinhas automáticas?
Todos os dias uma multidão de robôs sái de casa em direção ao trabalho, que nem sempre é o que queriam fazer.
Todos os dias as pessoas perdem coisas fantásticas a sua volta porque estão cegos e acostumados com sua rotina. Com seus afazeres, obrigações...
E todos eles julgam quem não aceite essas imposições...

Ontem eu voltava pra casa, alguma hora próxima à meia noite, não corria mas estava distraída com pensamentos e sentimentos que, já faz algum tempo, me tomam todo o tempo que tenho.
Na rua putas e mendigos.
Dividindo a pista comigo duas motos e um carro de placa de Betim.
Os motoqueiros andavam lado a lado, riam e faziam bagunça...
Decidiram fazer um retorno proibido, cortaram o carro de Betim pela direita e pararam.
Não sei o que fazia o motorista do carro, se ouvia música ou conversava, ou se estava como eu pensando sentimento.
Mas ele não parou.


Me liguei ali também. Reduzi, parei o carro a centímetros do outro.
Não, eu não bati, mas alguma coisa bateu aqui dentro. O coração disparou, eu ali sozinha no meio da rua, no meio do mundo. Eu ali, e a moto, e o carro.
Tudo acontecendo e eu pensando sentimento.
Sentimento, pode ficar comigo sim... Você é companhia pra minha falta... Mas vê se não me cega... Tô perdendo muitas coisas porque você exige atenção exclusiva.
Se você viesse acompanhado da presença, tudo bem... Mas a falta... Essa eu já cansei de sentir...

terça-feira, 6 de outubro de 2009

[In]sensatez

As vezes, só as vezes, eu quero, assim bem pouco que o seu corpo esteja tão longe de mim que o desejo se torne zero e que o seu cheiro, aquele bendito inconveniente, pare de me perseguir, fazendo assim que pelo menos por pouco tempo eu pare de querer tanto que o seu corpo, bonito corpo, fique assim tão perto e que seu cheiro venha de dentro de mim e o desejo envolva tudo ao seu/meu redor.

As vezes, bem as vezes, eu penso que quero bastante mesmo por um instante que seja sua a minha e que minha a sua inteira e que assim de pronomes possessivos eu possa ter-te minha e fazer-me tua de forma a saciar isso que não sei nominar, de uma vez por todas e todas de uma só vez. Fazendo uma troca nas palavras que nem eu possa entender que no final mesmo de tanta lorota tudo o que eu queria realmente te dizer é que.

*pausa para respirar já com dificuldade*

As vezes bem as vezes eu queria poder ter o dom, eu queria poder ter o som, eu queria poder dominar as palavras para poder moldá-las e dizê-las da forma que eu sinto e sentí-las da forma que escrevo. E que assim, escrevendo, eu possa viver e aprender a dizê-las sem que o mundo pareça doido demais para ouví-las.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Suspense

As pessoas olham, suspiram.
O homem se aproxima
Ela ainda respira.
Perplexos todos a rodeiam, todos a admiram,

Silêncio
Ela tenta falar, mas as palavras não se formam.
Muito sentimento.
Pouca coesão.
Entre ofegantes sílabas, todos entendem o que ela diz:
Eu morri...
...de amores...

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Derr[amar]

Tenho saudade constante...
Já sofreu disso?

É um querer sempre mais, sempre mais e sempre mais...

E isso, pra lhe ser sincera, me dá muito medo.

E eu tento me segurar, me controlar... Digo, segurar esse sentimento, esse querer sem fim!

Tenho sofrido desse mal a muito tempo... E sinto informar... É pra sempre...
Não tem cura e dizem até que se morre disso. Mas aí o nome muda... Dizem ser "morrer de amores"...

Morrer... Sim, parar de respirar. Eu até hoje ao vê-la morro. Pra renascer logo depois, sim. Mas morro. Fico um segundo, um milésimo, que seja! Sem respirar...
Ah! e também morro, assim, por tempo curto, quando ela sorri... É tão bonito! Minha palavra emudece com a beleza, e morro assim, em silêncio.

Mas quer saber quando essa morte parece ser infinita? Quando vejo seus olhos transbordarem por alguma tristeza. Dói, aperta! "Porque? Não! Não deves nunca sentir dor!"
Se eu soubesse como fazer com que não sentisses dor!
Eu a amo.
Fato.
Real.
E verídico.
E de credibilidade comprovada.

Mas é que esse morrer, e esse mais insensato medo de morrer, morrer de dor, me faz errar.
Me faz chorar.
E me faz ter mais medo.

É assim sabem? O medo traz mais medo. Como segurança traz mais segurança... As coisas similares se atráem também... Não achem que são só opostas!

Mas voltando. Nessa saudade constante, nesse morrer, eu perco o equilíbrio. Perco porque não me conheço suficiente pra controlar.
Mas tento! E tenho tentado, fazer com que seja eterno e que valha a pena!
Vale!

Eu venho aqui, falar pra vocês, o que queria falar com ela. Assim, olhando nos olhos!

Me desculpa por morrer de amores por você? Mas morro! Não consigo controlar!
Você sabe, e eu sei também, que é sentimento forte demais pra ser dominado, então a gente deve descontoladamente dominar o indominável... E assim vou seguindo... Tentando controlar uma força, que sim!, é maior, bem maior que eu. Maior, bem maior que tudo! Maior, muito maior do que esse nada que está, envolve e é o tudo.
Me desculpa por essa insensatez, essa louca insensatez, que muitas vezes fazem coisas que não coicidem com a minha vontade.
Você sabe, e eu sei também, que cada dia é uma prova, é uma chance de fazer acontecer. Fazer dar certo, que é uma escolha, uma descoberta, uma nova experiência, uma mágica!
Me desculpa morrer de amores, você sabe, e eu sei também, que todo dia eu acordo pensando em você e me entrego nessa louca sensação de se perder para se encontrar, e viver assim, levada por emoções tão fortes, tão lindas, são uma forma de se sentir vivo. E mais ainda, me desculpa, mas eu sou viciada em você. E sinceramente? É o único vício que eu não quero me livrar...
Você me encanta! Eu sou encantada por você...
Eu sei que não posso fazer nada pro passado ser mudado, mas eu posso pedir uma coisa? É uma coisinha só, mas significa o mundo pra mim...
Eu preciso de um recomeço...
Recomeça comigo, amor?

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Calm down, I'm calling you to say:

Vou me deixar consumir nessa dor que arrebate e sonda
Esse caos que se instaura no mais profundo do eu que não sei quem é

Essa voz que diz tantas coisas que mal posso me escutar
Essa calma que tenta domar o indomável do eu, o frênesi

Se eu fosse outro
Se eu fosse eu
Se eu fosse
E não voltasse

E continuasse indo até descobri onde me deixei.

Em qual esquina ficou o que eu achava correto

Onde acho-me

Saudade de sonhar
E viver sonho
A liberdade do pensamento traduzida em sentimento...

Saudade de mim que não tem tamanho.

Pergunto, espero que sim, espero que encontre... Pergunto, me deixei contigo?

domingo, 31 de maio de 2009

30-05-2009

Uma gota
Uma queda
Um desequilíbrio que enche de turbulencia uma superfície...

Todo aquele caminho até o chão, até o fim...

Toda aquela dor, todo aquele sentimento...

É uma gota
Uma lágrima
Uma...
Primeira...

Depois dela, muitas seguirão seu caminho, inundando um rosto cansado, limpando uma alma cansada... Se preparando pra recomeçar...

Tudo de novo...


O que significa uma gota frente a tanto mar?


Aff, dia cheio... E eu? Vazio...

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Eu escuto canções que a muito não me diziam novidades...
Uma delas canta que acreditava no pra sempre... Mas o que é afinal esse pre sempre em que tanto acreditamos?
Uma faixa de tempo inderteminada que não tem começo nem fim.
Eu sei que pra sempre amarei uma pessoa.
Mas se não tem começo nem fim, como eu sei?
Eu sei porque pensar nela me faz sorrir, porque o cheiro dela me alcança em certas partes do dia e quando ela não está. Eu sei porque esse sentimento bom me envolve completamente e me embala quando tenho medo... E tenho muitos...

Tenho medo de fechar aquela porta e nunca mais me sentir da forma que ela me faz sentir, medo de nunca mais ser envolvida naquele abraço único e especial e que traz paz...

É dependência demais de uma pessoa? Não, acho que não... Eu poderia passar a vida inteira sem ela. Mas seria melhor que ela tivesse comigo. Seria maravilhoso.

Quem pode me dizer que não é eterno por isso? Porque ela gosta de bala de menta e cheira a criança que acabou de sair do banho? Porque ela tem medo de altura mas mesmo assim testou seus limites?

Foi eterno, É pra sempre. Esse instante que se imortaliza em mim, em minhas palavras, é eterno agora e será depois. Pq o depois é nosso, pra sempre.

E sobrevivendo aos meus medos me agarro a sua imagem que paira no meu pensamento tomando conta dos meus dias...

Você é fodásticamente especial.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Eu poderia falar que eu gosto de você porque você me faz sorrir...
Porderia falar que eu gosto de você porque quando você sorri me deixa feliz.
Poderia gostar pelo seu olhar que me fascina.
Ou pela sua boca que me seduz.

Eu poderia falar que eu gosto de você porque teu cheiro me envolve e me leva diretamente a lembranças tão fortes que chegam a ser físicas.
Poderia falar que eu gosto de você porque você tem um 'quê' de mistério a se revelar...
Poderia gostar pelas coisas que você fala e faz e que me confortam,
Ou simplesmente porque no seu abraço eu abraço a mim mesma e me sinto bem.

Poderia listar milhões, sim! milhões, de motivos que me fazem gostar de você pelo que você é...

Mas a essencia do gostar, a sutilidade do querer bem, a delicadeza do desejar... Ah! Isso não há palavras que expressem...

E eu gosto justamente pelo indefinível...

sábado, 14 de março de 2009

Hoje eu acordei.

Acordei suando frio de um sonho ruim.
Minha família me rejeitava e eu sofria.
E o abrigo e proteção que consegui vinham exatamente de quem eu precisava,
meus amigos.

Amigos que podem não ter tanto tempo assim, mas que já me cativaram, amigos mais antigos que já tinham seu espaço reservado no meu querer bem, amigos que podem não ter uma intimidade tão grande, mas que são mesmo assim parte de um apoio que me
compõe.

Hoje eu acordei triste e carente e com medo.
Medo do que iria sofrer se isso realmente acontecesse.
Mesmo sabendo da proteção e carinho que receberia da minha outra família,
a que eu escolhi.

Quando acordei o céu nublado não conseguia diminuir o calor que o sol mandava. E o senti todo. Calor, abafamento, sufocamento... Esse sonho me fez entrar em crise,
por mais que fosse somente um sonho,
os sentimentos eram tão fortes
que saltaram dele pro meu acordar
e eu chorei num choro calmo e tranquilo
tudo o que tenho guardado dentro do peito,
toda dor,
toda mágoa,
toda falta...

Acordei num misto de raiva e alegria.
Eu sei que tenho amigos que me apoiariam, mas mesmo assim, tenho medo do tanto que meu coração pode doer.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Entre a sombra e a alma...

O calor do quarto é sufocante.
O ventilador no máximo já não é suficiente para acalmar meu coração acelerado.
Lá fora o sol brilha indignado, como eu...
Essa saudade que aperta o peito, acelera o coração e enfraquece.
Todas as minhas forças estão direcionadas a você. A tentar te esquecer, ou superar.
Mas ao mesmo tempo e com maior intensidade quero lembrar...
Com cada pelo de cada arrepio, com todo o corpo, cabeça aos pés, dentro e fora e sempre!
Quero fotografar cada sorriso, cada olhar...
Já não me lembro do teu cheiro. As vezes, quase esqueço do tom da tua voz.
A cor... Do teu sussego.
Você.
De dentro do quarto cada palavra que escrevo grita o mais alto que pode, pedindo para que você as ouça.
Você sempre ouvia, atenta, o que elas tinham a dizer.
Minha palavra sente falta dos teus olhos, do teu olhar.
Minha palvra escrita procura os teus ouvidos.
Minhas palavras mudas atravessam continentes, vão de ilha em ilha, procurando, querendo te contar o que não esqueço nunca...
Que houve paz... Houve calma.
Ali naquele momento congelado na memória, naquele espaço de tempo paralisado na cabeça...
Ouve...
Aqui dentro, ventilador no máximo e eu ainda derreto.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Presto atenção em cores que não sei o nome...

Pintei a perfeição em minhas linhas...
Minha musa.
Minha...

A musa que escrevi já não pensa mais em mim.
Não há ligação, não há necessidade...
E na minha intensidade busco a quem pintar.

Outra musa.

Não me falaram que musas estão em extinção hoje em dia.
As que existem já tem outros autores apaixonados escrevendo sobre elas.
O jeito é dividir...
Ou não ter...
Ou inventar.

À minha musa.
Menina dos olhos sorridentes, cabelos cor do trigo, risada gostosa, falar doce...
A minha menina não gosta de pipoca.
Não canta no chuveiro.
Não sobe ladeira.
Não me ama.

A minha musa imaginada sorri sentada ao meu lado. Me cutuca atrapalhando a digitação.
A minha musa não tem sede, não tem frio, não tem sono.
Ela é eterna nesse intante agora. Enquanto descrevo o que crio pra ela.
A minha musa... Minha musa pode ter me metido medo, pode ter partido meu coração, pode ter me amado.
Mas agora, aqui. Ela não ama. Nunca me viu. Não me conhece.

A menina dos meus olhos ora se parece comigo.
Ora anda gingado, joga futebol.
As vezes menina de olhos verdes, óculos de aro grosso, sorriso acanhado, paixão por livros.
Outras, menina da cor da jabuticaba, pele macia, gosto viciante.
Todas elas são a mesma. A minha musa inventada. A que nunca me viu, a que morre de amores, a inocente, a provocante.

A sempre. A nunca. Aquela que me salva na hora que meu coração sangra sem que ninguém saiba. Na hora que choro sem contar o motivo a quem me faz chorar.
Ela sempre me consola quando eu me escondo. Por isso é minha e por isso é musa.


"Não quero seu rastro sobre mim. Eu me exorcizo e adeus, tudo que eu quis agora quero bem longe de mim."
Quero?
I don't think so...

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Já fazem alguns dias que não consigo escrever, nem uma linha.
E quando linhas se formam, não querem dizer mais do que estão dizendo.
Minha entrelinha está em greve. Quer um aumento, exige melhores condições de trabalho, pede mais autonomia e liberdade.

Tenho tentado negociar, mas ela está irredutível.

Espera um sim ou nunca mais...

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

RAZÃO DE SER

Escrevo. E pronto.
Escrevo porque preciso,
preciso porque estou tonto.
Ninguém tem nada com isso.
Escrevo porque amanhece,
E as estrelas lá no céu
Lembram letras no papel,
Quando o poema me anoitece.
A aranha tece teias.
O peixe beija e morde o que vê.
Eu escrevo apenas.
Tem que ter por quê?

Paulo Leminski

O sol indeciso não sabe se brilha não sabe se chora.
A rua deserta, reta, curva me leva por caminhos que já vi.
Mas ainda sim se diferem...

Sensações parecidas, mas não iguais...
Abandono...
De mim mesma... Por mim mesma...
Abandono-me para me encontrar, me encontro em cada casa canto escuro do quarto.
Encontro por todos os lados, só pra me perder novamente.
Me confundo, me decido, volto atrás, me recolho...
Essa inconstancia, essa insatisfação, esse medo.

É, é isso mesmo.
Medo.
Medo de tentar de novo, medo da rejeição... Puro e simples medo...
Medo de não valer a pena...
Mas sempre vale... Até pra dizer o contrário...

Por esse caminho diferente me arrisco a errar, me arrisco a perder e me arrisco a ganhar.
Arriscando, subindo no alto da pedra a espera do momento que flutua.
Que flutue...

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

O que escrevo não é o que escrevo. É outra coisa, subtendida, econdida, entre-linhas...
O que as palavras dizem não são um terço do que sinto do que penso.
Nem eu sei tudo o que penso.
Mas sei que tudo o que digo pode tentar dizer outra coisa que não foi dita.
E ao escrever, quando não me explico, todos entendem diferente do que queria. Mas escrever é a única coisa que posso fazer pra me expressar.

Escrever é viver.
Viver...
SerLivre.


"Já que se há de escrever, que pelo menos não se esmaguem com palavras as entrelinhas."
Clarice Lispector

Vem ver

Beringela

     Hoje eu quis falar com você, conversar sem nenhuma restrição sobre tudo o que fosse e é e será. Hoje eu quis muito que a cozinha fosse ...