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quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

O que escrevo não é o que escrevo. É outra coisa, subtendida, econdida, entre-linhas...
O que as palavras dizem não são um terço do que sinto do que penso.
Nem eu sei tudo o que penso.
Mas sei que tudo o que digo pode tentar dizer outra coisa que não foi dita.
E ao escrever, quando não me explico, todos entendem diferente do que queria. Mas escrever é a única coisa que posso fazer pra me expressar.

Escrever é viver.
Viver...
SerLivre.


"Já que se há de escrever, que pelo menos não se esmaguem com palavras as entrelinhas."
Clarice Lispector

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

O dia é estranho, o sol brinca de esconde-esconde nas nuvens carregadas. O que ele pensa ao jogar com toda força seus raios sobre mim?
A brisa vem e tenta amenizar meu calor, sopra carinhosamente em mim.
O sol curioso quer ver o que escrevo sobre ele, mas tem vergonha de mim.


Durante os dias mais frios, cinzas e tristes pedi por você. Sol. Te ver, sentir teu calor, espantar o dia. Em mim.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

A falta.
Da palavra
Do sentido
Da forma

A falta
Que não quero sentir
Que tenho sentido
Que vou sentir

Posso me esconder da falta
Esconder a falta de mim
Ou viver sem contar que sinto falta?

Repetição pra ver se desgasta
- ou desgosta
Páro o tempo pra sentir a dor de tentar esquecer o que passou, que é maior do que a dor de esquecer... Mas como esquecer se lembro a todo momento que já não penso mais em ti?


E essa minha (des)necessidade comentar sobre a falta de tudo... Que (in)paciência de me escutar... Vai viver vagabundo!

O cachorro que não tivemos, a geléia que ele gosta, a porra louca do vizinho que me dava ciúmes. Cansei de tudo e de mim. Vou viajar, ir pro meio do nada. Talvez tenha me esquecido por lá...

domingo, 4 de janeiro de 2009

O quarto vazio, mais do que nunca...
No sofá, roupas jogadas, o violão (que não é meu), na estante a tv (que não é minha), o computador...
O espelho que me mostra que mudei pouco, o cabelo sem corte, uma espinha nova, a marca do óculos de aro largo...
Na boca uma lembrança, ou duas...
Livros, livros e livros... Pelo menos me deixam contente...
Cds, dvds, o celular, um pacote de folhas que comprei ano passado...
Lembranças tão recentes que não deveriam reavivar lembranças antigas...
Se procurar nos cantos, nas gavetas, memórias de passados distântes, recentes, que não passaram ou que não aconteceram... Mas minhas lembranças... E me compõem, e me formam, e me significam...
Eu estou por todos os cantos do meu quarto, na gaveta de roupas vazia, no pijama que ainda não foi lavado e que se esconde no armário, nas mil e uma caixas que estão abarrotadas de momentos, nas mensagens do meu celular, nas fotos do álbum...
Estou aqui... Mas talvez não queira estar... Queria estar meio longe, e só... Sem as lembranças físicas... Só com o sentimento... Pra poder ter uma distância segura para avaliar, remodelar e reescrever a minha história.
Se fôr pra lembrar com dor, é melhor esquecer...
Então...
Reestruturo o meu quarto.
A minha mente.
A minha vida.
Eu.

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Sonhei com você de novo...
Sempre que sonho com você acordo assim... Estranha...
Acho que estou com saudade.
Sei que estou com saudade.
Mas ninguém vai ficar sabendo.

Minha paciência acordou pouca também. Acho que quero te ver...

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

sentido há na alma o que reflete de nossa vida, nossa busca e nossa falta. falta do que sentir... ou sentir demais a falta...


a falta do que fazer, a falta do que sentir, a falta do que viver.


sentido do sentir e ser. ouvir. tocar.

amar...



amar quem a gente ama já não faz tanto sentido.


querer... mas eu quero tanta coisa.

quero agora, sinto falta até da fumaça do seu cigarro.


será que você sabe? talvez nunca irá saber...

essa verdade (?) é só minha e ninguém vai me tirar, talvez você, talvez um dia.
mas hoje não, quero sonhar e olhar pro nada, imaginar seu rosto e seu beijo e dormir pensando no que viria a ser se você soubesse. ou o que não seria.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

"A mágoa que alvoroça nosso peito é tão pura, tão santa, tão nossa, que se esconde aos demais.”¹

Ele não me abraçou, nunca mais... Nem no dia em que ele me disse adeus... E o que mais sinto falta é daquele abraço que encaixava no meu assim, apertado, seguro.
Acho que sinto falta de me sentir seguro ao lado dele. Aquele olhar me passava uma tranqüilidade... Ah! Como eu amo lembrar daquele olhar!
Mas ele foi tirado de mim... Não posso mais me perder e me encontrar naquele olhar.
Não o vi mais... Às vezes eu refazia passos antigos na intenção de talvez trombar com ele... Coisas assim... Nunca encontrei. De um dia pro outro ele havia evaporado.
Pode coisa assim?
Não sei... Talvez eu tenha esquecido como era seu rosto, ou talvez sempre tenha visto de outra forma.
Será que aquele olhar, outro dia, era o dele?
Passou por mim, vi com o canto dos olhos... Pareceu-me familiar... Mas estava um pouco diferente.
Não, não pode ter sido. Meu amor não tinha aquele olhar...

Nem eu tinha esse semblante...

Mas que importa agora... Acho que esqueci o cheiro dele...
A cor dos olhos... Esqueci a cor da pele, esqueci?
Ele era moreno, não! Que importa?
Ele gostava de cavalos... Isso eu lembro!
Ele apostava nas corridas!
Os cavalos correm atrás de coelho? Eu lembro de um coelho...
Não! São os cachorros! Isso ele gostava de cachorros. Quando morávamos junto sempre quisemos ter um cachorro.
Eu não gostava da idéia, mas ele me convenceu. Um labrador!
Ou era uma raça menor? Que importa? Teríamos um cachorro.

Ele amava bala delícia, não posso passar na feira que me lembro dele. Bala delícia recheada com coco. Não! Era morango, geléia de morango!
Ah! Fico feliz de lembrar disso. Me faz pensar que éramos perfeitos...

O bom das lembranças é que podemos simplesmente pular as brigas, os dramas. A vez que ele foi dormir na casa da tia. Não lembro o motivo da briga...
Talvez fosse meu ex, ou a toalha molhada dele jogada em cima da cama...
Uma vez eu dormi na porta...
Ele não queria sair e eu fui sem ele... Como ele ficou chateado! Me trancou pra fora. Mas também eu tinha chegado tão bêbado que de longe já se sentia o bafo.
Mas eu o amava...
As vezes penso que ainda amo...
Mas eu esqueci o tom da sua voz, a forma que ele andava.
Quis esquecer... Assim a falta que o abraço dele me faz diminuiria...
Mas não, agora além da falta do abraço, sinto falta do seu rosto, do seu cheiro e mais que tudo da sua presença e de como eu me sentia perto dele.

Já fazem sete anos agora, acho que fui feliz, muito, ao lado dele.
Espero que esteja bem...

Mas aquele abraço... Ai! Como sinto falta!
Sabia que nunca mais nos abraçamos? Nem no dia em que ele me disse adeus...

¹[Menotti Del Picchia]

Vem ver

Beringela

     Hoje eu quis falar com você, conversar sem nenhuma restrição sobre tudo o que fosse e é e será. Hoje eu quis muito que a cozinha fosse ...