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segunda-feira, 24 de agosto de 2009

fragmento de criança

um dia eu tive tudo o que queria.
quer dizer, tinha os brinquedos que queria...

não. na verdade eu tinha uma calculadora que era um controle remoto espacial mega utilitário que tinha caído no meu quarto de dentro de um filhote de furacão.

mas o que isso quer dizer é que eu tinha o que eu precisava,
mas eu não queria brincar sozinha.

eu queria desenhar junto.
peguei papel, canetas, lápis e fui chamá-los pra desenhar comigo.

não sei ao certo o que aconteceu, mas eu me lembro brava, jogando tudo no chão e chorando de birra, aí ela disse 'se você tá assim a gente não vai continuar desenhando com você'...

e não continuou.




foi a primeira vez que eu me lembro de ir dormir chorando. e ser ninada nesse choro...

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Derr[amar]

Tenho saudade constante...
Já sofreu disso?

É um querer sempre mais, sempre mais e sempre mais...

E isso, pra lhe ser sincera, me dá muito medo.

E eu tento me segurar, me controlar... Digo, segurar esse sentimento, esse querer sem fim!

Tenho sofrido desse mal a muito tempo... E sinto informar... É pra sempre...
Não tem cura e dizem até que se morre disso. Mas aí o nome muda... Dizem ser "morrer de amores"...

Morrer... Sim, parar de respirar. Eu até hoje ao vê-la morro. Pra renascer logo depois, sim. Mas morro. Fico um segundo, um milésimo, que seja! Sem respirar...
Ah! e também morro, assim, por tempo curto, quando ela sorri... É tão bonito! Minha palavra emudece com a beleza, e morro assim, em silêncio.

Mas quer saber quando essa morte parece ser infinita? Quando vejo seus olhos transbordarem por alguma tristeza. Dói, aperta! "Porque? Não! Não deves nunca sentir dor!"
Se eu soubesse como fazer com que não sentisses dor!
Eu a amo.
Fato.
Real.
E verídico.
E de credibilidade comprovada.

Mas é que esse morrer, e esse mais insensato medo de morrer, morrer de dor, me faz errar.
Me faz chorar.
E me faz ter mais medo.

É assim sabem? O medo traz mais medo. Como segurança traz mais segurança... As coisas similares se atráem também... Não achem que são só opostas!

Mas voltando. Nessa saudade constante, nesse morrer, eu perco o equilíbrio. Perco porque não me conheço suficiente pra controlar.
Mas tento! E tenho tentado, fazer com que seja eterno e que valha a pena!
Vale!

Eu venho aqui, falar pra vocês, o que queria falar com ela. Assim, olhando nos olhos!

Me desculpa por morrer de amores por você? Mas morro! Não consigo controlar!
Você sabe, e eu sei também, que é sentimento forte demais pra ser dominado, então a gente deve descontoladamente dominar o indominável... E assim vou seguindo... Tentando controlar uma força, que sim!, é maior, bem maior que eu. Maior, bem maior que tudo! Maior, muito maior do que esse nada que está, envolve e é o tudo.
Me desculpa por essa insensatez, essa louca insensatez, que muitas vezes fazem coisas que não coicidem com a minha vontade.
Você sabe, e eu sei também, que cada dia é uma prova, é uma chance de fazer acontecer. Fazer dar certo, que é uma escolha, uma descoberta, uma nova experiência, uma mágica!
Me desculpa morrer de amores, você sabe, e eu sei também, que todo dia eu acordo pensando em você e me entrego nessa louca sensação de se perder para se encontrar, e viver assim, levada por emoções tão fortes, tão lindas, são uma forma de se sentir vivo. E mais ainda, me desculpa, mas eu sou viciada em você. E sinceramente? É o único vício que eu não quero me livrar...
Você me encanta! Eu sou encantada por você...
Eu sei que não posso fazer nada pro passado ser mudado, mas eu posso pedir uma coisa? É uma coisinha só, mas significa o mundo pra mim...
Eu preciso de um recomeço...
Recomeça comigo, amor?

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Eu tenho um dragão... Caio também tinha... Mas não!
Minha intenção não é imitá-lo; e sim mostrar que eu também tenho um...

E ele quando chega faz uma bagunça danada! Mistura um monte de sentimentos assim aqui dentro, e me deixa super agitada... Quase nunca sei o que fazer... Fico meio indecisa e com medo de machucá-lo; mesmo não podendo... Ele é maior que eu, mais forte, mais bonito...
E por tudo isso eu enfeito, cuido, preparo toda a minha casa pra que ele sinta que está a sua altura...

Quando ele vai embora, sobra uma imensa falta! Falta do que fazer com os dias que se tornam maiores... Falta da presença que preenche não só um cômodo, mas o mundo inteiro...
Eu amo o dragão... Talvez porque ele não seja meu... Talvez por sua liberdade... Liberdade essa que tento alcançar...

Meu dragão, que não é meu, me encanta de uma forma que eu não posso explicar... Eu sou apaixonada por ele e ponto.
Acontece que no cuidar de tudo pra que ele fique feliz quando me visita, acabo esquecendo de me cuidar... E acho que as vezes assusto ele... Sufoco... E ele acaba se afastando...

Daí eu fio triste e brava... Mas não com o dragão... Comigo mesma... É que nessa vontade de mostrar que eu me alegro com a sua presença me atrapalho toda... Então acho que ele pensa que eu não gosto dele...
Mas não é assim...

Eu passo os dias esperando que ele chegue com sua delicada tormenta que me envolve e me encanta e me motiva...
Eu passo as noites sonhando acordada com seu cheiro... Aquele que anuncia sua chegada, aquele que é só dele e ninguém consegue imitar...

As vezes olho pro lado e quase posso vê-lo ali, a me observar...
Quando acordo e não o vejo me fecho... E penso que talvez ele não exista, que dragões são saídos de contos de fada e que essa realidade dura e cruel que a gente vive é verdade...

Mas ele volta, e apaga esses pensamentos errados, e mostra que a realidade pode ser sim colorida e cheia de sabores e cheiros que, de tão bons, parecem sorrir!
Deve ser o modo que ele se move...
Ou sonha...

Não sei muito bem...

sábado, 8 de agosto de 2009

Se

Se alguém encontrá-la, diga que sinto saudades.
Diga também que não durmo a noite, que não consigo pensar noutra coisa além dela e que ela faz uma falta que não se mede.
Se alguém encontrá-la diga que quero muito muito vê-la, nem que seja rapidinho e nossos olhos se encontrem já se despedindo...
Se alguém encontrá-la, pare e dê um abraço, e diga que fui eu que pedi, e diga que eu quero um. Mil.
Se alguém encontrá-la... Se alguém encontrá-la...
Simplesmente sorria, o melhor sorriso que tiver, e diga que fui eu quem mandou...


Texto de 7 de junho desse ano... Acabei de encontrar... E bateu direitinho

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Tormento

Às vezes, só às vezes, sinto que tenho tudo o que preciso bem na palma da minha mão. Não que eu não tenha o que preciso. Ao contrário do que tenha parecido, eu tenho sim. Mas quase nunca percebo o que tenho. Então sem saber que tenho, perco. Perdi... Perdi a linha de raciocínio, então voltando. Eu tenho, mas às vezes eu realmente percebo o que tenho, e valorizo, e fico feliz. Mas a felicidade passa quando penso no que não tenho e de repente penso que só de outra forma seria realmente feliz. Percebe o que acabei de te contar? Eu sou uma pessoa com a felicidade ao alcance das mãos, porque tenho muitas coisas, mas insisto em ser triste porque penso que somente com o que eu não tenho é que seria feliz.
Posses, faltas, alegrias e tristezas, tudo num tormento só... E é isso.
Pronto acabou.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

"Boa noite! Vou dormir... Até mais!"

Foi a última coisa que disse a ele naquele dia... Não fui... Fiquei acordado pensando em ligar, em ouvir a sua voz...

Não tive coragem, me senti pequeno, mas tão pequeno que meus pés não alcançavam mais o chão da cadeira onde me sentava...

Depois disso nos encontramos, nos conversamos...

Tudo muito bom, tudo muito bem, mas a memória desse dia... Ah! A memória desse dia ainda me dá nos nervos... Sentia sua falta, queria seus braços, seu aconchego... Mas não pude ter... É tão egoísta pensar assim... Mas é que ele me deixa tão em paz! Eu gosto de me sentir pequeno, criança, quando ele pode envolver meus medos eu no seu abraço...

E mais que tudo, muito mais do que eu, gosto de poder envolvê-lo nos meus e segurar os seus medos... Proteger, cuidar...

Espero que ele saiba, porque tudo isso quis dizer naquele dia que meus pés não alcançavam o chão, que minha mão não alcançava o telefone na parede e que eu não disse que o amava...

Vem ver

Beringela

     Hoje eu quis falar com você, conversar sem nenhuma restrição sobre tudo o que fosse e é e será. Hoje eu quis muito que a cozinha fosse ...