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domingo, 8 de novembro de 2009

Você se importa?

Procurei tantas formas de me encaixar
(ser exatamente o que precisava que eu fosse)
Procurei me adaptar, me tornar aquilo que eu queria ser

Não sei o que mudou, não sei ao certo o que mudei...
Mas me sinto perdida dentro de mim mesma.
Me sinto sem rumo, sem porto seguro.

E essa solidão inesperada me tira tudo, me dá tudo.

Queria uma casa, uma montanha, uma fuga.
Dessa realidade, da minha, da sua.
Queria uma negação tão grande que afirmasse exatamente o que eu sou.
Abdicar de tudo, esquecer de tudo para restar somente eu.

E esse eu fosse tão forte, tão puro que me envolvesse por completo, a ponto de não precisar mais de outros braços para me embalar, outros colos para me ninar, outros eus pra me completar.

Queria que esse eu fosse tão eu que não me esquecesse jamais desse que sou.
Dessa grande confusão, dessa grande mancha, dessa grande mentira que sou.

Mas como me procurar assim dentro de mim se eu não sei onde me deixei?

Os sabores, os cheiros, os toques, tudo o que senti, vivi, tudo o que estou, todos os lugares que sou, tudo isso me impede de ser esse eu tão sutil e volátil que procuro.

E ainda existe o medo, esse medo que vem de dentro e não tem fundamento nenhum.
Esse medo exatamente do eu que procuro.
Esse medo do eu que procuro
Esse medo que procuro
Do eu.

Agora, nessa noite, de procura, me enterro em mim, me afogo nessas lembranças, exatamente pra esquecer de tudo e me encontrar.

Nada me falta.
E exatamente desse nada que mais preciso.

Dá-me de beber desse nada que me compõe!

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Noite, chuva, pensamento leve...

De olhos fechados eu sei que me encara
As vezes te sinto do meu lado
Quase sempre escuto tua voz
E sempre que sua voz fala, diz coisas importantes,

Escuto várias canções,
e inacreditavelmente cada uma me faz lembrar voce
Repito a que mais traduz o sentimento do momento...
A quase dúvida... A angustia e o medo... O sonho ruim...

Acordo várias vezes ao dia de devaneios loucos,
de arrepios e frios na barriga.
Cada pessoa que chama meu nome me faz querer te escutar me chamando

As vezes sua falta é muito presente
E meu te querer por perto ultrapassa o aceitável.
Carência sem fim que busco esconder dentro de mim.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Será que ainda?

Eu tive um sonho ruim e acordei chorando. Por isso eu te liguei.
Mas esse sonho tive acordada. E acordei de uma fantasia que criei pra me proteger.
Te liguei chorando pra pedir ajuda. Pra me tirar dessa fortaleza sem cores sem cheiros e sem vida em que me enfiei...
Pedir que me tire de dentro de mim mesma.
Ou que ajude a colorir esse lugar.

Acordei chorando e te liguei pra contar o que eu descobri.
Esse sonho ruim que tive acordada me mostrou, me abriu os olhos, pr'eu ver que não consigo sozinha, e nem preciso.
Acordei pra ver que eu só sou sozinha se eu quiser.
Então liguei pra dizer que não quero.
Sozinha.
Quero junto, quero ajuda...
Me tira desse inferno que me meti?
Me tira de mim...

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Me aperta contra o peito. Me envolve nos braços e volta.




Afeto,
Afeta.
A forma
A fôrma...
Recolhe o que envolve
Recicla e reforma.
Reúne caracteres e características
Revela o oculto pelo véu
Re-conhece o que já foi seu
Re-presente
E de novo em forma
Re-lembranças e de novo
Saudade
Do véu, do oculto, da revelação, da forma e do novo.
E de novo.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

P(art)icipo

Participo
Ativamente
Desse devaneio louco
Essa entrega nova do novo e de novo
Ativamente, participo desse devaneio novo, nessa entrega louca e de novo
E de novo
E de novo...

terça-feira, 6 de outubro de 2009

[In]sensatez

As vezes, só as vezes, eu quero, assim bem pouco que o seu corpo esteja tão longe de mim que o desejo se torne zero e que o seu cheiro, aquele bendito inconveniente, pare de me perseguir, fazendo assim que pelo menos por pouco tempo eu pare de querer tanto que o seu corpo, bonito corpo, fique assim tão perto e que seu cheiro venha de dentro de mim e o desejo envolva tudo ao seu/meu redor.

As vezes, bem as vezes, eu penso que quero bastante mesmo por um instante que seja sua a minha e que minha a sua inteira e que assim de pronomes possessivos eu possa ter-te minha e fazer-me tua de forma a saciar isso que não sei nominar, de uma vez por todas e todas de uma só vez. Fazendo uma troca nas palavras que nem eu possa entender que no final mesmo de tanta lorota tudo o que eu queria realmente te dizer é que.

*pausa para respirar já com dificuldade*

As vezes bem as vezes eu queria poder ter o dom, eu queria poder ter o som, eu queria poder dominar as palavras para poder moldá-las e dizê-las da forma que eu sinto e sentí-las da forma que escrevo. E que assim, escrevendo, eu possa viver e aprender a dizê-las sem que o mundo pareça doido demais para ouví-las.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Vem ver

Beringela

     Hoje eu quis falar com você, conversar sem nenhuma restrição sobre tudo o que fosse e é e será. Hoje eu quis muito que a cozinha fosse ...