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sexta-feira, 19 de março de 2010

[Ins]piração

Não escrevo você-poesia.
Você é prosa que não pude provar
Os contos, todos, desajustados, sonham um dia te contar.
Transformei sua imagem num espelho
Só reflexo e reflexão
Sonho puro e contrastante com a realidade
Sonho doce
Amargo viver

sexta-feira, 12 de março de 2010

Desconstrução

Me chego aos cacos, tudo novo, tudo inseguro, tudo estranho.
O clima é de tensão e me esforço para respirar normalmente
Transpiro litros de medo
Estou atrasada e me invento
O caminho que fiz está marcado pelos meus pedaçõs que cairam no percurso
Me refaço aos poucos. Perdendo os medos e as travas
Um rosto, lembrado mas não conhecido, afasta algumas inseguranças.
Uma conversa rápida me põe a par da realidade
E finalmente meus pulmões saboreiam o gosto doce de ar puro.
Sento-me no meio de tudo, eu, insegurança, contradição, e aprecio a multidão de faces que não me são nada, mas que por culpa da convivêcia e conveniência poderão ser conhecidas e reconhecidas.
O tempo há de moldar...

Do nada um inseto bate na mão que segura a caneta e cái morto.
Me obriga a parar.
De escrever.
De pensar.
Respiro mais uma vez e me abro ao improovável.
Eu existo e questiono e admito.
Tudo acontece seguindo uma ordem, fatores, razão.
A gente só nunca pára pra pensar o porque dessas coisas... Quais são elas.

P.S.: Do mesmo nada de onde veio e morreu (ou fingiu que morreu, ou ressucitou), o inseto começa a se mexer, tenta sair do nada que se encontrava.
Se vira, abre as asas e some.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Flash cotidiano II

Um som estranho, metálico
Um rosto bonito, simpático
Um medo comum, do desconhecido

Um convite
Um suspense
Um drama

Vamos subir na nave?

terça-feira, 9 de março de 2010

Flash cotidiano

Movimentação inquietante
O tempo correndo solto livre
do controle limitado das horas
Eu parada,
esperando
Sempreando
esperando
A mudança
A morte
Alguém

quarta-feira, 3 de março de 2010

Para lembrar,

Saudade
De coisas antigas
Mas não por isso velhas,
Nem perdidas...

Talvez deixadas,
(maturando)
Andando com próprias pernas
E aprendendo novos casos,
Para que
(quando de novo em reencontro)
Possam dizer
Cortei quatro cantos,
Vivi e
Amei...

E nesse
todo tempo,
nem um dia sequer,
deixei de pensar
em você.

terça-feira, 2 de março de 2010

Cena I

Sentada no banco esperando
Contando segundos, suspiros, compassos

Do outro lado um atraso, imprevisto
Aperta o coração
Anda apressada, também conta...
Passos.

De um lado suspiro, do outro pressa.

Dos dois, corações acelerados. Junto com o tempo que passa.
No meio da confusão de palavras, passos, suspiros
Uma pausa
Na praça uma suspira, outra não controla o coração que bate forte
Uma sentada vê a outra atravessando a rua.
Os olhos se cruzam, junto com o caminho
Na praça, o tempo para, junto com as contagens.
Tempo, suspiros, passos, compassos
Tudo se mistura no som do silêncio
Silêncio de alto mar

De fora da vida dessas duas, um beija-flor observa, durante alguns segundos, parado em pleno ar.
Observa, se encanta e vai embora.

Cena III

Com tristeza constatou seu receio.

A porta arrombada combinava com o caos do quarto

Tudo espalhado, o espelho quebrado, as roupas todas fora do armário

No chão um rastro escuro guiava os olhos para trás da cama, guiava pr’um cheiro que parecia sair de dentro dela.
O medo crescendo dentro de si
Acendeu a luz. Gritou. A cor vermelha espalhada por entre cacos, roupas, papeis.

Correu.

Abraçou.

Se perguntou

(Porque?)

Se culpou.

(Porque?)

Enquanto tudo isso acontecia, duas meninas

(outras ou eram as mesmas?)

se reencontraram na praça da cidade, mas parecia a primeira vez.

(E na verdade era).

Vem ver

Beringela

     Hoje eu quis falar com você, conversar sem nenhuma restrição sobre tudo o que fosse e é e será. Hoje eu quis muito que a cozinha fosse ...