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quinta-feira, 30 de agosto de 2012
O mundo
domingo, 2 de maio de 2010
Fernando Pessoa
Far-te-ei um sonho meu. Ressuscitada
Tua alma mesma será outra e minha.
Libertar-te-ei de ti. Não eras nada.
Serás meu ser, não tu, como és agora
Teremos, o tempo e a terra em nós definham,
O amor nosso lugar, Deus nossa hora.
Como um Deus que pra amar um mundo cria,
Criar-te-ei. Achar-te-ei em Deus e em ti,
Perdido o antigo ser que te fazia
Não me amar, não amar, viver apenas
Uma vida vendida de si
A horas perturbadas e serenas.
Eu que subi a Deus, encontrarei
O fogo sagrado de Prometeu
Com que teu morto ser anunciarei,
Tua alma e corpo mortos totalmente
Novo Pigmalião farei do meu
Fogo viver/vivo, pra além de *.
F.P. [1909]
*espaço em branco deixado pelo autor.
quinta-feira, 28 de maio de 2009
segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
Ele não me abraçou, nunca mais... Nem no dia em que ele me disse adeus... E o que mais sinto falta é daquele abraço que encaixava no meu assim, apertado, seguro.
Acho que sinto falta de me sentir seguro ao lado dele. Aquele olhar me passava uma tranqüilidade... Ah! Como eu amo lembrar daquele olhar!
Mas ele foi tirado de mim... Não posso mais me perder e me encontrar naquele olhar.
Não o vi mais... Às vezes eu refazia passos antigos na intenção de talvez trombar com ele... Coisas assim... Nunca encontrei. De um dia pro outro ele havia evaporado.
Pode coisa assim?
Não sei... Talvez eu tenha esquecido como era seu rosto, ou talvez sempre tenha visto de outra forma.
Será que aquele olhar, outro dia, era o dele?
Passou por mim, vi com o canto dos olhos... Pareceu-me familiar... Mas estava um pouco diferente.
Não, não pode ter sido. Meu amor não tinha aquele olhar...
Nem eu tinha esse semblante...
Mas que importa agora... Acho que esqueci o cheiro dele...
A cor dos olhos... Esqueci a cor da pele, esqueci?
Ele era moreno, não! Que importa?
Ele gostava de cavalos... Isso eu lembro!
Ele apostava nas corridas!
Os cavalos correm atrás de coelho? Eu lembro de um coelho...
Não! São os cachorros! Isso ele gostava de cachorros. Quando morávamos junto sempre quisemos ter um cachorro.
Eu não gostava da idéia, mas ele me convenceu. Um labrador!
Ou era uma raça menor? Que importa? Teríamos um cachorro.
Ele amava bala delícia, não posso passar na feira que me lembro dele. Bala delícia recheada com coco. Não! Era morango, geléia de morango!
Ah! Fico feliz de lembrar disso. Me faz pensar que éramos perfeitos...
O bom das lembranças é que podemos simplesmente pular as brigas, os dramas. A vez que ele foi dormir na casa da tia. Não lembro o motivo da briga...
Talvez fosse meu ex, ou a toalha molhada dele jogada em cima da cama...
Uma vez eu dormi na porta...
Ele não queria sair e eu fui sem ele... Como ele ficou chateado! Me trancou pra fora. Mas também eu tinha chegado tão bêbado que de longe já se sentia o bafo.
Mas eu o amava...
As vezes penso que ainda amo...
Mas eu esqueci o tom da sua voz, a forma que ele andava.
Quis esquecer... Assim a falta que o abraço dele me faz diminuiria...
Mas não, agora além da falta do abraço, sinto falta do seu rosto, do seu cheiro e mais que tudo da sua presença e de como eu me sentia perto dele.
Já fazem sete anos agora, acho que fui feliz, muito, ao lado dele.
Espero que esteja bem...
Mas aquele abraço... Ai! Como sinto falta!
Sabia que nunca mais nos abraçamos? Nem no dia em que ele me disse adeus...
¹[Menotti Del Picchia]
sábado, 26 de julho de 2008
Ela porcura uma resposta.
Não sabe por que ainda a procura. Por que percorre as mesmas ruas, agora já tão conhecidas, tão iguais.mas nada é mais como era. Tudo mudou, as pessoas, as ruas, ela mesma. As únicas coisas que não mudaram foram as lembranças, e elas são as coisas mais físicas as quais ela se apega. E afunda.
"Queria crer que vc nunca havia me amado, talvez assim fosse mais fácil te esquecer..." Esquecer? Não acho que seja possível... Não assim, não de repente. Talvez nem nunca. Não sei nem se quer esquecer... Já que se apega tanto as lembranças do que passou...
Na rua uma poça reflete o brilho das estrelas. A menina se olha e não se vê.
Vem ver
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Sentada no banco esperando Contando segundos, suspiros, compassos Do outro lado um atraso, imprevisto Aperta o coração Anda apressada, també...
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Saudade De coisas antigas Mas não por isso velhas, Nem perdidas... Talvez deixadas, (maturando) Andando com próprias pernas E aprendendo nov...
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Participo Ativamente Desse devaneio louco Essa entrega nova do novo e de novo Ativamente, participo desse devaneio novo, nessa entrega louca...
10 minutos
Eu acabei de assistir uma série que eu gosto muito mas estava evitando acabar de assistir por apego e acabei pensando numas coisas e quis te...