Translate

Mostrando postagens com marcador saudade. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador saudade. Mostrar todas as postagens

domingo, 9 de maio de 2021

Eu já tive mãe

Mãeeu faço isso há oito anos, o mês de maio também é difícil. São oito dia das mães sem conseguir fazer muito. São oito dias do seu aniversário que ficaram vazios.

Eu tento várias coisas, não me cobro mais, a vontade é ficar deitado o dia todo, procurar filmes ou livros que me fazem esquecer do dia de hoje.

A internet, é claro, não deixa. Então desligo tudo, tento não pegar no celular. Fico com o Sassá e tento fazer de hoje um dia normal, mas não dá né?

Queria fazer um almoço gostoso, limpar a casa, deixar tudo organizado, foi com essas metas que me deitei ontem, mas não fazem mais nenhum sentido.

Recolho meus cacos e vou enfrentar mais um ano, do jeito que der, com esse aperto no peito e a vontade de chorar contínuas.

Aceito minha força de hoje, e ela me permite ficar quieto, deitado, sem vontades. Tem sido difícil demais

domingo, 27 de dezembro de 2020

Me levantei as seis em ponto da manhã, sem despertador, uma raridade nesses dias que ainda me ajeito no lugar que ocupo da existência. Me levantei as seis em ponto e me despedi, antes de pegar o celular, de uma das pessoas mais inteligentes que tive o prazer de conhecer. 

Hoje descansa quem tinha uma lição dada em cada conversa, quem me ensinou sobre estrelas e a importância delas na localização da gente, sobre como só vamos pra frente se soubermos onde estamos e sobre como cada ação que temos, por menor que seja no nosso dia-a-dia, invariavelmente atinge outras pessoas. 

Sobre a importância de escolher o bem, o coletivo, a união. Pedra fundamental na minha existência, referência de ser, até logo!

terça-feira, 10 de julho de 2018

Qual o som das ondas quando não há ninguém para ouvi-las?

Te beijar não é uma expectativa, como numa obrigação cotidiana
como trabalhar ou lavar os pés.
É desejo, uma esperança que pode ou não se concretizar.
É um sabor que faz falta no café da manhã,
Um carinho gostoso de se ter.
Ter?
O que tenho são as lembranças, as sensações.
O que tenho é a vontade de te ver feliz.
Isso basta?
Isso acalma. Sentir seus beijos me faz feliz, te faz?
Minha vontade às vezes é de não soltar minha boca da sua.
Na impossibilidade me satisfaço de outras formas,
Me deixo contente com notícias boas,
Me acalento com a visão de que nada na vida é imutável, mesmo que improvável.
Não posso mudar o mundo para acolher todas as minhas vontades
Nem mudar minha vontade pra encaixar o mundo.
Deixo fluir, liberto, pra entender os espaços que ocupo, que me cabem,
que me afastam e aproximam dos seus lábios, como onda.

sábado, 23 de junho de 2018

Tempo e espaço

Eu penso sempre nas noções que temos de espaço e tempo, como entendemos essas medidas. Essa medida.

O universo é engraçado, não?
construímos carros, navios, aviões para superar distâncias, usamos relógios, movimentos estelares pra contabilizar o tempo. Então como explicar que eles são uma coisa só? como entender esse caos orquestrado que rege nossa existencia?

Vamos marcar um período de tempo, por exemplo 6 anos. Usar também uma medida de distância, talvez umas 300 milhas? Pode ser em quilômetros, quase 500!

O que se sabe com essas informações? O que pode se supor? Que histórias consegue imaginar com esses dados? Quer ouvir a minha?

Vou voltar à teoria. o universo é uma coisa, um trem, tão grande, que pra contabilizar distâncias contamos o tempo que a luz demora pra chegar até determinado ponto. a luz, aquela coisa, trem, que atinge velocidades difíceis de imaginar. 

E o pensamento? qual sua velocidade? o pensamento, dizem, é mais lento que a velocidade do som, ele parece rápido porque só percebemos o nível consciente do seu processamento. o resto é escuro.

Essas aleatoriedades pra tentar entender como é possível que nesse espaço de tempo que eu citei, seis anos, eu sinta como se tivesse experimentado uma vida inteira. nascer e morrer.

O que o universo pode me trazer de consolo? de entendimento?
O que eu faço com essa informação?

No desespero eu vejo graça, na falta de conhecimento eu vejo luz.

Como pode ser que eu sinta tudo isso? Como é que eu te amo?

Tudo na vida é relativo

Eu passei muitos anos relativizando. é coisa da minha cabeça. só eu me sinto assim.

Mas será, me perguntei algumas vezes. parece tão real, será que sou só, sou só eu?

O espaço dilatou, o tempo contraiu, o mesmo com meus pulmões. Nasceram cabelos brancos, surgiram cicatrizes... Com você também? Claro! Claro que sim! Você existe, não existe? Então está exposta ao vai e vem das ondas da vida, também viveu tsunamis. Porém como explicar? A vida acontecia, morte e vida, e ainda sim permaneceu.

Novamente pergunto, pra que relógios? Carros e afins? Estivemos lado-a-lado em várias ocasiões. Te vi, te alcancei, ou terá sido você?

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Acaba?

Rima.
Ou pelo menos revira nas palavras essas sensações que já trouxeram paz.
Rima que seu sorriso não combina com raiva, alimente-as ou não.
Rima que o primeiro te amo e o primeiro te odeio se transformam.
Você já é tela, tinta e poeta.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Nada tenho, vez em quando tudo.




Texto da foto: Orlando Pedroso
Desenho da foto: Brincadeiras na parede do meu quarto... Logo logo eu vou pintar...

Dias de nostalgia...
Nem ruim...
Nem bom...

Mas ando precisando de uns braços e abraços...

domingo, 2 de maio de 2010

Fernando Pessoa

Eu gosto tanto, mas tanto do Pessoa que hoje nem quero escrever nada meu.
Farei dele as minhas palavras, e com tanta convicção de que são verdades para mim que será como se fosse meu... Assim como um poema deve ser, escrito por outra pessoa, mas verdadeiro pra muitas...

Verdadeiro pra mim de muitas formas... E sempre.


Far-te-ei um sonho meu. Ressuscitada
Tua alma mesma será outra e minha.
Libertar-te-ei de ti. Não eras nada.
Serás meu ser, não tu, como és agora
Teremos, o tempo e a terra em nós definham,
O amor nosso lugar, Deus nossa hora.

Como um Deus que pra amar um mundo cria,
Criar-te-ei. Achar-te-ei em Deus e em ti,
Perdido o antigo ser que te fazia
Não me amar, não amar, viver apenas
Uma vida vendida de si
A horas perturbadas e serenas.

Eu que subi a Deus, encontrarei
O fogo sagrado de Prometeu
Com que teu morto ser anunciarei,
Tua alma e corpo mortos totalmente
Novo Pigmalião farei do meu
Fogo viver/vivo, pra além de *.

F.P. [1909]


*espaço em branco deixado pelo autor.

sábado, 28 de novembro de 2009

She's scare to breath...

E me falta ar...




Pedra, vermelha, que brota do chão, traz junto um tremor...
Mas não foi o metrô que passou aqui por baixo...
Toma, fica com meu coração, ele já não é mais meu.
Ele não me pertence, embora habite o meu corpo.
Ele tem dona, tem companhia, mas anda só...
Ele é peixe vivo, e pode morrer fora d'água

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Te[x]te

E há tanto que eu quero te dizer...
Entre tudo o que me calo falta dizer que teu corpo, meu vício, é a falta mais presente no dia-a-dia.
É a falta que me chama o tempo inteiro, a falta rabiscada na parede, na pele...

Entre tudo o que me calo, falta dizer que você é o romance que eu leio todos os dias, visito em memória e sentimento.

Entre tudo o que me calo há o teu nome que eu não chamo. Não chamo porque nem sei o que espero, e o medo habita essas paredes em que estou guardada.

Entre tudo o que me calo existem poemas e prosas que tanto gostava de te contar, escrever, gritar a quatro ventos...

Entre tudo o que me calo há pedidos e vontades não saciadas... Me afogar em ti, me encontrar...

Entre tudo o que me calo resta silêncio.

E esse é o meu maior grito.


*desabafo pq acho que incomodei hoje

terça-feira, 6 de outubro de 2009

[In]sensatez

As vezes, só as vezes, eu quero, assim bem pouco que o seu corpo esteja tão longe de mim que o desejo se torne zero e que o seu cheiro, aquele bendito inconveniente, pare de me perseguir, fazendo assim que pelo menos por pouco tempo eu pare de querer tanto que o seu corpo, bonito corpo, fique assim tão perto e que seu cheiro venha de dentro de mim e o desejo envolva tudo ao seu/meu redor.

As vezes, bem as vezes, eu penso que quero bastante mesmo por um instante que seja sua a minha e que minha a sua inteira e que assim de pronomes possessivos eu possa ter-te minha e fazer-me tua de forma a saciar isso que não sei nominar, de uma vez por todas e todas de uma só vez. Fazendo uma troca nas palavras que nem eu possa entender que no final mesmo de tanta lorota tudo o que eu queria realmente te dizer é que.

*pausa para respirar já com dificuldade*

As vezes bem as vezes eu queria poder ter o dom, eu queria poder ter o som, eu queria poder dominar as palavras para poder moldá-las e dizê-las da forma que eu sinto e sentí-las da forma que escrevo. E que assim, escrevendo, eu possa viver e aprender a dizê-las sem que o mundo pareça doido demais para ouví-las.

sábado, 29 de agosto de 2009

entre a sombra e a alma...

Por que eu gosto do toque na minha pele quando ela te toca
Por que meu toque é tão sutil em você tão frágil

Cristal...

Eu gosto do que o teu corpo faz, de como ele reage
E eu busco maneiras diferentes de tocar, buscando suas reações...

Desejo...

De dentro do teu abraço meu abraço me acolhe também
Junto do teu sorriso meus olhos brilham um pouco mais forte,
E por você eu mudaria o passado, todas as cores do arco-íris,
o sabor de cada coisa...

Te ter entre a sombra e a alma.
Do nosso jeito.
Mais uma vez.


(texto original de um reescrito e já postado)

sábado, 6 de junho de 2009

Heal over...

Você tenta
Eu acho graça
Você briga por que eu estou rindo
Eu sorrio e digo que não é de você
Você sorri e faz birra
Eu te mostro como se faz
Você observa com atenção
Eu me atrapalho e me machuco
Você fala bem feito
Eu faço drama e choro pelo machucado
Você acredita e se preocupa
Eu continuo fazendo drama
Você pergunta se é sério
Eu, como nunca menti bem pra você, começo a rir
Você me bate e fala pra eu nunca mais brincar com coisa séria assim
Eu páro de rir e falo que doeu
Você dá um beijinho pra sarar
Eu viro criança e peço colo

Quero passar a madrugada com você contando as horas pelo sino da igreja, cochilar e acordar várias vezes a noite só pra ver você do meu lado... Te ter nos braços, no colo, na pele... Sentir, provar, encolver, consolar, embalar, ninar...

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Eu escuto canções que a muito não me diziam novidades...
Uma delas canta que acreditava no pra sempre... Mas o que é afinal esse pre sempre em que tanto acreditamos?
Uma faixa de tempo inderteminada que não tem começo nem fim.
Eu sei que pra sempre amarei uma pessoa.
Mas se não tem começo nem fim, como eu sei?
Eu sei porque pensar nela me faz sorrir, porque o cheiro dela me alcança em certas partes do dia e quando ela não está. Eu sei porque esse sentimento bom me envolve completamente e me embala quando tenho medo... E tenho muitos...

Tenho medo de fechar aquela porta e nunca mais me sentir da forma que ela me faz sentir, medo de nunca mais ser envolvida naquele abraço único e especial e que traz paz...

É dependência demais de uma pessoa? Não, acho que não... Eu poderia passar a vida inteira sem ela. Mas seria melhor que ela tivesse comigo. Seria maravilhoso.

Quem pode me dizer que não é eterno por isso? Porque ela gosta de bala de menta e cheira a criança que acabou de sair do banho? Porque ela tem medo de altura mas mesmo assim testou seus limites?

Foi eterno, É pra sempre. Esse instante que se imortaliza em mim, em minhas palavras, é eterno agora e será depois. Pq o depois é nosso, pra sempre.

E sobrevivendo aos meus medos me agarro a sua imagem que paira no meu pensamento tomando conta dos meus dias...

Você é fodásticamente especial.

quarta-feira, 18 de março de 2009

(in)Comum

Hoje é um dia comum, de semana e faz muito calor.

Saí e experimentei roupas que não comprei.

Ouvi pessoas mais do que falei.

Senti perfumes que me trouxeram lembranças, boas, e de você.


Hoje é um dia comum, 'util', não é aniversário, nem data comemorativa, nem é férias...

O sol não saiu detrás das nuvens cinzas, mas o calor foi demais.

Me deu um sede que água nenhuma pode acabar.

Apenas a resposta que não pôde me contar.


Hoje é um dia comum, meu almoço foi comum, minha caminhada foi comum, minhas conversas foram comuns...


Comum como o eu me embriagar nas tuas lembranças para que a tua não presença não me afogue
Comum como a tua falta no meu dia-a-dia.
Comum como lágrimas ante uma canção
Comum como lembranças ante um sabor
Comum como o meu desejo, por você...

Comum como todo o amor que sinto e comum como o não te ter...

Queria sair um pouco da mesmice...
Queria saborear teu gosto, teu cheiro, você.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

pre-depois

MEIO PERDENDO A NOÇÃO DE TEMPO E ESPAÇO... NÃO SEI MAIS QUE DIA É HJ, O QUE FOI, O QUE SIGNIFICA...

NÃO LEMBRO DA COR DOS MEUS OLHOS QUANDO ACORDEI, NÃO SEI SE VOCÊ SORRIU AO ME VER DORMINDO

NÃO SEI SE CHOREI QUANDO TE PERDI

SEI QUE SINTO FALTA DO QUE NÃO LEMBRO

SINTO FALTA DO QUE NÃO VIVISINTO FALTA DE TER O QUE SENTIR

FICO ACORDADA ESPERANDO UMA LIGAÇÃO

FICO ANSIOSA QUANDO ANDO POR RUAS JÁ TÃO CONHECIDAS

FICO ANIMADA COM A VISÃO AO LONGE DE ALGUÉM QUE ME LEMBRA VOCÊ
MAS A PESSOA PASSA, O TEMPO PASSA, A VIDA PASSA

EU? EU FICO, E SÓ.

PRA SEMPRE?

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

1ª, 2ª e 3ª pessoas

'Querer...
Você sabe que eu te quero?

Sonhar...
Sentir...
Você sabe que sonho com teus carinhos?

Desejar... '

Depois de tanto tempo sem querer amar, quis... E a menina se perdeu no medo de se entregar... E perdeu também a chance de falar... Quis deixar pra depois, mas o depois não dá espaço para atrasos...
A menina sorri ainda ao ver quem quer bem, mas não conta... É segredo dos mais secretos que guarda pra si. Só.
A menina também tem ciúmes. Do que não tem sentido de ser e de ter. Como ela pode ter ciúmes de alguém se esse alguém nem sabe do seu querer bem?
Quisera eu falar por ela, mas não posso. Não me deixo invadir a vida real dela... Eu sou só o escape, a fantasia... Sou quem faz tudo o que ela deseja, sonha, quer acontecer. E ela me ama por isso. Mais do que devia as vezes... Se esquece do mundo real. Mas o que é real?
Esse sentimento é real... De medo de gostar do outro, de medo de se abrir o coração e o ter arrancado antes da hora.
"E existe hora pra se arrancar um coração?"
Não! Não existe... Mas entende, ela queria poder aproveitar o sentimento, curtir, sentir no mais real da palavra, antes de ter arrancado o coração...
"Mas assim não dói mais?"
Dói! Mas ela não sabe! E do que vale a vida se basear em não-ocorridos? Ela quer dizer que sentiu, que viveu... Que fez...
"Veja, a menina está chorando... Uma criança já, e chorando."
Ela confusa, ela feliz, ela triste... Ela do jeitinho que ela é.
Ela:


O QUE É O CHORO. ESSE ATO TOLO DE DERRAMAR LÁGRIMAS PELOS OLHOS...
ESSE FICAR TRISTE QUE NÃO TEM FIM
ESSE LEMBRAR DE CADA DOR CADA DESAFETO CADA DERROTA
PRA QUE LAVAR A CARA SE AS MARCAS JÁ SÃO PROFUNDAS O BASTANTE PRA NÃO SAIREM
NUNCA
O QUE É ESSA ESPERANÇA QUE NUNCA MORRE
POR MIM ACABAVA LOGO COM ESSA HISTÓRIA DE DIAS DE SOL, BORBOLETAS NA JANELA PÁSSAROS CANTANDO...


melhor não... dorme e sonha...

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

A falta.
Da palavra
Do sentido
Da forma

A falta
Que não quero sentir
Que tenho sentido
Que vou sentir

Posso me esconder da falta
Esconder a falta de mim
Ou viver sem contar que sinto falta?

Repetição pra ver se desgasta
- ou desgosta
Páro o tempo pra sentir a dor de tentar esquecer o que passou, que é maior do que a dor de esquecer... Mas como esquecer se lembro a todo momento que já não penso mais em ti?


E essa minha (des)necessidade comentar sobre a falta de tudo... Que (in)paciência de me escutar... Vai viver vagabundo!

O cachorro que não tivemos, a geléia que ele gosta, a porra louca do vizinho que me dava ciúmes. Cansei de tudo e de mim. Vou viajar, ir pro meio do nada. Talvez tenha me esquecido por lá...

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

"A mágoa que alvoroça nosso peito é tão pura, tão santa, tão nossa, que se esconde aos demais.”¹

Ele não me abraçou, nunca mais... Nem no dia em que ele me disse adeus... E o que mais sinto falta é daquele abraço que encaixava no meu assim, apertado, seguro.
Acho que sinto falta de me sentir seguro ao lado dele. Aquele olhar me passava uma tranqüilidade... Ah! Como eu amo lembrar daquele olhar!
Mas ele foi tirado de mim... Não posso mais me perder e me encontrar naquele olhar.
Não o vi mais... Às vezes eu refazia passos antigos na intenção de talvez trombar com ele... Coisas assim... Nunca encontrei. De um dia pro outro ele havia evaporado.
Pode coisa assim?
Não sei... Talvez eu tenha esquecido como era seu rosto, ou talvez sempre tenha visto de outra forma.
Será que aquele olhar, outro dia, era o dele?
Passou por mim, vi com o canto dos olhos... Pareceu-me familiar... Mas estava um pouco diferente.
Não, não pode ter sido. Meu amor não tinha aquele olhar...

Nem eu tinha esse semblante...

Mas que importa agora... Acho que esqueci o cheiro dele...
A cor dos olhos... Esqueci a cor da pele, esqueci?
Ele era moreno, não! Que importa?
Ele gostava de cavalos... Isso eu lembro!
Ele apostava nas corridas!
Os cavalos correm atrás de coelho? Eu lembro de um coelho...
Não! São os cachorros! Isso ele gostava de cachorros. Quando morávamos junto sempre quisemos ter um cachorro.
Eu não gostava da idéia, mas ele me convenceu. Um labrador!
Ou era uma raça menor? Que importa? Teríamos um cachorro.

Ele amava bala delícia, não posso passar na feira que me lembro dele. Bala delícia recheada com coco. Não! Era morango, geléia de morango!
Ah! Fico feliz de lembrar disso. Me faz pensar que éramos perfeitos...

O bom das lembranças é que podemos simplesmente pular as brigas, os dramas. A vez que ele foi dormir na casa da tia. Não lembro o motivo da briga...
Talvez fosse meu ex, ou a toalha molhada dele jogada em cima da cama...
Uma vez eu dormi na porta...
Ele não queria sair e eu fui sem ele... Como ele ficou chateado! Me trancou pra fora. Mas também eu tinha chegado tão bêbado que de longe já se sentia o bafo.
Mas eu o amava...
As vezes penso que ainda amo...
Mas eu esqueci o tom da sua voz, a forma que ele andava.
Quis esquecer... Assim a falta que o abraço dele me faz diminuiria...
Mas não, agora além da falta do abraço, sinto falta do seu rosto, do seu cheiro e mais que tudo da sua presença e de como eu me sentia perto dele.

Já fazem sete anos agora, acho que fui feliz, muito, ao lado dele.
Espero que esteja bem...

Mas aquele abraço... Ai! Como sinto falta!
Sabia que nunca mais nos abraçamos? Nem no dia em que ele me disse adeus...

¹[Menotti Del Picchia]

domingo, 23 de novembro de 2008

"Saudade vê se suicida."

Perdida... Nos galhos emaranhados da minha cabeça, na loucura do meu dia-a-dia, no passado que me persegue, na insegurança dos meus pés, na dor da repetição, na ânsia do futuro, em mim...

Vem ver

Beringela

     Hoje eu quis falar com você, conversar sem nenhuma restrição sobre tudo o que fosse e é e será. Hoje eu quis muito que a cozinha fosse ...