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terça-feira, 5 de maio de 2020
Eu não tenho um nome para dar
sexta-feira, 24 de agosto de 2018
Dentro de mim
Não gosto de chegar perto de janelas em andares altos, sempre tive a sensação de que meus óculos escorreriam pelo meu nariz e ao encontrar seu fim e se atirar nesse abismo eu me jogaria lá de cima pra resgatá-los.
Medo não tem sentido.
Eu tenho medo de escuro. As lembranças voltam ao tempo da infância, quando as luzes se apagavam vinha o medo de que no escuro eu não veria quando algum mau viesse me procurar. Já teorizei sobre isso, tenho claros na memória alguns pesadelos que me contam histórias reais de terror nas suas entrelinhas.
Medo tem forma.
Eu não gosto de ficar sozinho. Bom, eu não gostava. Na adolescencia eu comecei a entrar em pânico quando ficava só em casa. Carreguei por muito tempo essa aversão, se não houvesse mais ninguém em casa comigo eu ligava a tv, o som, o computador e telefonava pra alguém. Pedia por favor que conversassem comigo sobre o dia, inventassem uma estória, qualquer coisa que me fizesse focar em outra coisa se não o horror que me encontraria porque eu estava sozinho. Pânico. Minha cabeça pregava peças, meus olhos viam coisas, meus ouvidos escutavam o que não existia.
Medo é esmagador.
Essas travas as vezes me impedem de me ver como "normal", elas encontram abrigos em medos novos, elas me fazem sentir um nada. Me ensinaram que eu era menos. Menos gente, menos mulher, menos filha, menos querida. Essa foi minha infância e não existe culpa específica para explicar porque a criança que eu fui se sentia assim, é questão coletiva, é expectativa social.
A expectativa matou meus sonhos. Constato isso sem dor, não acredito que uma variável ou outra teria mudado minha história significativamente. Eu aprendi a cada ano que eu merecia pouco, que eu fazia pouco, que eu era pouco. Eu tinha sempre que ser mais, fazer mais, valer mais pra receber reconhecimento. Tentativas nunca contavam como positivas. Desde muito cedo a frustração me acompanha e eu temo continuar ainda um pouco mais lutando pra lidar com cada frustração que ainda vou viver. Eu sei que vou me frustrar muito nessa vida e tenho medo.
O medo é uma força negativa. Paralisante. É a impressão de que as coisas vão dar errado. Que não vou ser forte. Que não vai ser suficiente.
Eu cedi muito da minha vida pra esse sentimento. Tentei evitar me encontrar com ele, me isolei, errei... Errei muito! Errei em nome de um medo que sequer eu sabia nomear.
Medo é paralisante.
Não existe solução (pro meu coração), não tem nenhuma moral no que eu disse. O medo é real, o medo é controlador. Esse texto não tem um final feliz, ele não tem nem final. Os medos persistem, as vezes fortes, as vezes fracos. Tenho aprendido que de nada adianta temer sentir medo, isso o alimenta. Tenho seguido um dia de cada vez, uma coisa de cada vez, mesmo na incerteza tenho caminhado.
Mesmo no erro, mesmo com medo. Minha resistência é minha maior dádiva e viver é revolucionário. Medos podem ser superados.
quinta-feira, 30 de agosto de 2012
O mundo
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
E: Mas eu não quero ser igual a você! Mas quero que você pare de ser assim, tão eu...
L: É inevitável, você sabe... A gente é pedaço do mesmo ser, não tem outra explicação...
E: Sabe porque eu te odeio? Porque sempre que eu lembro de você eu sinto essa raiva a quase explodir meu peito... Raiva de tudo o que você é, porque é 10 mil vezes melhor do que eu.
L: Eu não sou melhor que você... Poxa! Eu te amo!
E: Não... Não pode... Você não pode me amar quando estou com ódio de você. Mas eu não quero, sabe, sentir esse ódio.
L: Não sinta!
E: Caralho! Você sabe que eu te amo! Você sabe que quando eu penso em velhice é você que eu vejo por perto, você sabe que ninguém entende esse amor que coabita em nós que não se pega. Você é minha melhor amiga. Mas eu te odeio hoje, como te odiei aquele dia. Porque por mais que você me dê muitas coisas, você tira muito mais do que pensa. Eu te odeio por ser tão foda, eu te odeio por melhorar sempre, eu te odeio por te amar. E isso não ser suficiente pra eu parar de te odiar. Eu te odeio por amar... Por amar ela.
L: Para. Eu não consigo te entender mais... Você vai ter que escolher. Ou ama, ou odeia.
E: Não tenho que escolher...
L: Tem sim! Se controla e decide. Você me ama?
E: Lógico!!!
L: Então para de me odiar.
E: Preciso de um tempo pra pensar.
L: O que mais você precisa pra pensar? Eu estou ficando cansada disso. Quer saber, eu é que preciso de um tempo de você.
E: Melhor... Vai! A gente se entende à distância... Mas não demora a voltar, posso sentir sua falta.
L: Eu vou sentir a sua.
segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
See you at the bitter end?
Com a mesma boca disse mil maravilhas, mas também maldisse quando estava no ápice do nervosismo.
Mentiu? Ainda não sei, sei que foi, era, voltou, fez falta, partiu, sonhou, chorou, sorriu...
A saudade ainda aperta pequenina no peito, esperando um dia que pode não chegar, que pode ter passado.
A voz conhecida ainda arranca felicidadezinhas de dentro do sorriso escondido.
Escondido junto com todo o resto. O bom, o ruim e o nada.
Esse por sinal ocupa muito espaço...
Ele vai, é, volta, faz falta, parte, sonha, chora... Sorri,
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
Conheço tão pouco mas já me sobrecarrega.
E a minha história? Quem lê?
Quem acompanha?
Tem seguidores?
Tem fãs?
Quem é que espera por mim no fim da curva?
Da linha?
Da estação?
Quem vai abrir os braços, o sorriso, quem?
Fiquei tão triste, no meio de tanta alegria.
De que me vale?
É doce?
Que seja!
Doce, leve, do jeito que espero.
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
Semi-alucinações I
Minha super valorização do toque.
É meu, sincero, único e fucking special, e eu divido com quem tiver força para me alcançar...
Mas corre meu bem, eu gosto de voar alto!
Quer vir comigo?
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Nada tenho, vez em quando tudo.
Texto da foto: Orlando Pedroso
Desenho da foto: Brincadeiras na parede do meu quarto... Logo logo eu vou pintar...
Dias de nostalgia...
Nem ruim...
Nem bom...
Mas ando precisando de uns braços e abraços...
sábado, 4 de setembro de 2010
Erros, cagadas e afins
domingo, 2 de maio de 2010
Fernando Pessoa
Far-te-ei um sonho meu. Ressuscitada
Tua alma mesma será outra e minha.
Libertar-te-ei de ti. Não eras nada.
Serás meu ser, não tu, como és agora
Teremos, o tempo e a terra em nós definham,
O amor nosso lugar, Deus nossa hora.
Como um Deus que pra amar um mundo cria,
Criar-te-ei. Achar-te-ei em Deus e em ti,
Perdido o antigo ser que te fazia
Não me amar, não amar, viver apenas
Uma vida vendida de si
A horas perturbadas e serenas.
Eu que subi a Deus, encontrarei
O fogo sagrado de Prometeu
Com que teu morto ser anunciarei,
Tua alma e corpo mortos totalmente
Novo Pigmalião farei do meu
Fogo viver/vivo, pra além de *.
F.P. [1909]
*espaço em branco deixado pelo autor.
domingo, 25 de abril de 2010
Não tinha data
Vem ver
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Sentada no banco esperando Contando segundos, suspiros, compassos Do outro lado um atraso, imprevisto Aperta o coração Anda apressada, també...
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Saudade De coisas antigas Mas não por isso velhas, Nem perdidas... Talvez deixadas, (maturando) Andando com próprias pernas E aprendendo nov...
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Participo Ativamente Desse devaneio louco Essa entrega nova do novo e de novo Ativamente, participo desse devaneio novo, nessa entrega louca...
10 minutos
Eu acabei de assistir uma série que eu gosto muito mas estava evitando acabar de assistir por apego e acabei pensando numas coisas e quis te...