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terça-feira, 2 de março de 2010

Cena III

Com tristeza constatou seu receio.

A porta arrombada combinava com o caos do quarto

Tudo espalhado, o espelho quebrado, as roupas todas fora do armário

No chão um rastro escuro guiava os olhos para trás da cama, guiava pr’um cheiro que parecia sair de dentro dela.
O medo crescendo dentro de si
Acendeu a luz. Gritou. A cor vermelha espalhada por entre cacos, roupas, papeis.

Correu.

Abraçou.

Se perguntou

(Porque?)

Se culpou.

(Porque?)

Enquanto tudo isso acontecia, duas meninas

(outras ou eram as mesmas?)

se reencontraram na praça da cidade, mas parecia a primeira vez.

(E na verdade era).

Cena II

Intuitivamente pôs a mão na maçaneta.

destrancada

Delicadamente chamou o nome dela

Silenciosamente abriu a porta do apartamento

escuro

Desconfiadamente tornou chamar o nome dela

Apressadamente entrou pela sala

desarrumada

Desesperadamente esmurrou a porta do quarto

trancada

Inconsequentemente arrombou a porta

susto

medo

dor

Vem ver

Beringela

     Hoje eu quis falar com você, conversar sem nenhuma restrição sobre tudo o que fosse e é e será. Hoje eu quis muito que a cozinha fosse ...