Eu achei que era uma coisa e era outra
Eu pensei que era pra sempre mas a data de validade estava expirando
Eu jurava que não tinha errado mas estava errada sobre isso também
Eu não entendia muito bem o que era o amor mas estou começando a aprender
Eu fiz juras a mim mesma que quebrei
Eu fiz juras a você e elas viraram fumaça
Eu consegui separar as coisas pra, sem saber, me separar delas depois
Eu sinto faltas que não entendo e vontades que entendo menos ainda
Eu vivi um mundo de coisas e, mesmo achando que já foi o suficiente, sei que muito mais há de vir.
Eu quis tantas presenças que acabei sozinha
Eu tive tanto medo de perder que foi exatamente o que fiz
Eu acho que não mudei nada, e talvez esteja errada ao pensar assim
Eu quis falar e fazer tanta coisa!
Mas não fiz.
Eu quis explicar outras tantas...
Mas como explicar o que eu não entendo?
Eu quis acabar com tudo, mas não consigo.
Eu quis acabar comigo,
Mas já não tem muita coisa pra acabar mesmo.
Eu quis gritar
Mas ninguém ia escutar mesmo.
Já me senti insignificante
E ainda sinto
Já confirmei dúvidas
E ganhei o dobro delas.
Me perdi dentro do meu quarto pra me encontrar numa esquina.
Numa palavra.
Escrevi, mas não tudo o que importava.
Me cansei de tudo mas sempre renovo as esperanças.
E as esperas.
Sangrei, mas era lágrima
Chorei, mas era sangue
Cortei o coração, por dentro. Mas a dor não saiu.
Gritei o mais silencioso dos sussurros.
Me esqueci o suficiente pra lembrar só o que importa, e o que me move.
Enchi as palavras de significados ocultos só pra não dizer três simples, delicadas e sinceras palavras.
Quis me fazer explicar por coisas intocáveis
Somente por não saber lidar com as que alcanço.
Sorri, mas era tristeza
Quando foi verdadeiro, nem eu notei.
Em verdade digo que sinto falta.
Mas não... Ninguém vai ficar sabendo.
Nem eu.