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segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Nada tenho, vez em quando tudo.




Texto da foto: Orlando Pedroso
Desenho da foto: Brincadeiras na parede do meu quarto... Logo logo eu vou pintar...

Dias de nostalgia...
Nem ruim...
Nem bom...

Mas ando precisando de uns braços e abraços...

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Que falta a falta faz?

Nada substitui o que eu sinto.
Não! É pior... Nada preenche esse buraco, esse oco dolorido que agora é o que antes foi meu coração.
Dramático? Muito. Mas é esse o desespero que invade meus dias e eu já não sei o que fazer
Eu sinto, vejo, ouço... Mas não entendo, e preciso entender.
Entender é a chave de tudo. É a resposta, ou até a pergunta mais importante.
Estou sensível, carente, facilmente irritável e tanto mais que me irrita pensar em listar... Me traz lágrimas aos olhos pensar em listar. Me dá vontade de,

Tenho escrito menos do que é necessário, tenho lido bem pouco, não tenho saído de casa. A não ser por algumas urgências. Só me demorei fora de casa num dia em que rir desesperadamente me pareceu uma boa forma de escape, dessa toda tensão depressiva que ocupou meu dia e meus pensamentos. E foi bom ter ficado fora. Digo que a relação da BHTrans e os índices de tuberculose pancreática foi imprescindível pra uma leve melhora e talvez uma grande mudança de perspectiva.

Talvez toda essa polidactilia verbal e essa religiosidade ateu me trouxe uma ligação com o mais afastado do meu eu, aquele que sempre se esconde, esquiva, equivoca. E agora, de frente pra mim mesma, posso tentar analisar e descobrir o porquê do choro, da crise, do surto que virá.

Hoje estou assim, insignificante e com um sentimento insubstituível. De fraqueza, incompetência...
É, eu sei... É tudo da minha cabeça... A maioria das coisas que eu sinto vem de dentro e não de fora...
Mas é o que eu estou sentindo... E é forte o suficiente pra fazer sentido.

Estou rodeada de palavras cheias de significados subtendidos, rodeada de ideias, saudades, vontades... Mas as frases da minha parede parecem fazer graça da minha cara. Cheias de si! Fui eu quem deu sentido a cada uma delas! Eu!

Que falta a falta faz?



"Não me pergunte por que estou triste,
Fico mais triste por não poder dizer-te porque 
esta dor existe e nunca cessa de me vencer"
 Fernando Pessoa

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

É coisa de criança.

A mãe está fazendo seus trabalhos da faculdade, o filho, pequeno ainda, chega desesperado pra ela:


-Mãe mãe! Hoje eu senti uma coisa estranha no peito, uma pontada estranha, eu tô com medo mãe!


-Quando foi isso - pergunta a mãe preocupada.


-Foi na hora do recreio... Eu tava com raiva, a Luciana não quis aceitar meu biscoito, mas aceitou o do Pedrinho. Daí veio a pontada...


-Você estava com ciúmes, meu filho... A gente sente isso quando gosta de alguém...


-Mas mãe, doeu! É assim quando a gente gosta das pessoas?


-É normal, quando a gente está apaixonado as vezes dói assim.


-E a gente morre disso mãe?


Ela negou com a cabeça, sorriu e passou a mão pelos cabelos do filho. Mas lá dentro ela pensou - Morre sim... Eu já morri.

sábado, 4 de setembro de 2010

Erros, cagadas e afins

Eu achei que era uma coisa e era outra

Eu pensei que era pra sempre mas a data de validade estava expirando
Eu jurava que não tinha errado mas estava errada sobre isso também

Eu não entendia muito bem o que era o amor mas estou começando a aprender

Eu fiz juras a mim mesma que quebrei
Eu fiz juras a você e elas viraram fumaça

Eu consegui separar as coisas pra, sem saber, me separar delas depois
Eu sinto faltas que não entendo e vontades que entendo menos ainda

Eu vivi um mundo de coisas e, mesmo achando que já foi o suficiente, sei que muito mais há de vir.

Eu quis tantas presenças que acabei sozinha
Eu tive tanto medo de perder que foi exatamente o que fiz

Eu acho que não mudei nada, e talvez esteja errada ao pensar assim

Eu quis falar e fazer tanta coisa!
Mas não fiz.

Eu quis explicar outras tantas...
Mas como explicar o que eu não entendo?

Eu quis acabar com tudo, mas não consigo.

Eu quis acabar comigo,
Mas já não tem muita coisa pra acabar mesmo.

Eu quis gritar
Mas ninguém ia escutar mesmo.

Já me senti insignificante
E ainda sinto

Já confirmei dúvidas
E ganhei o dobro delas.

Me perdi dentro do meu quarto pra me encontrar numa esquina. 
Numa palavra.

Escrevi, mas não tudo o que importava.

Me cansei de tudo mas sempre renovo as esperanças.
E as esperas.

Sangrei, mas era lágrima
Chorei, mas era sangue

Cortei o coração, por dentro. Mas a dor não saiu.
Gritei o mais silencioso dos sussurros.

Me esqueci o suficiente pra lembrar só o que importa, e o que me move.

Enchi as palavras de significados ocultos só pra não dizer três simples, delicadas e sinceras palavras.

Quis me fazer explicar por coisas intocáveis
Somente por não saber lidar com as que alcanço.

Sorri, mas era tristeza
Quando foi verdadeiro, nem eu notei.

Em verdade digo que sinto falta.

Mas não... Ninguém vai ficar sabendo.

Nem eu.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

É perfeito

E assim resumido em uma só palavra deixo de me explicar.
Deixo todo o resto subtendido.
Escondido nos sorrisos que guardo pra mim.
Nas lágrimas choradas pra dentro que me queimam.
Nas lembranças que me deixam extasiada.
Nas faltas que me tocam de leve na pele.
Nas sobras que apertam meu peito.
E na boca que agora fica fechada.
De greve.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Tormento noturno

Meu peito está doendo de saudades e não consigo dormir. Um grito abafado no meio da garganta me faz engasgar.

E dói.

É cicatriz nova, sangrando ainda... É falta latente, flamejante.

É a insônia tirando a pouca paz que consegui ignorando essa dor. É o carinho tachado de falso se rebelando, se debatendo.

Não sei se saberei, mas posso falar. Não foi mentira, não foi ilusão.

O carinho, enorme, gratuito e verdadeiro conserva lembranças...

Pedidos silenciosos às estrelas a noite... Que cuide de vocês.

Que cuidem quem amo.

Mesmo assim, estranho, distante, frio.

Mesmo no frio da noite solitária em silêncio.

Que mostre que quero a felicidade.

Me retiro a contra gosto.

Me retiro porque devo, não porque quero.

Meu peito dói e não me deixa dormir.

Um grito ecoa na garganta.

Não entendi muito bem o que dizia...

Mas disse, e era importante.

Eu amei mais do que pude.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Que seja doce...

Minha saudade esquenta essa noite fria.

Aquece o corpo e o pensamento.

Essa toda minha saudade, ocupa cômodos e cômodos da minha casa.

Ocupa espaços e espaços da minha cabeça.

Essa saudade pode saber que meu coração haverá de amar muitas...

Mas você é a única exceção.


A única que é sempre presente,
mesmo na ausência,
mesmo no erro,
mesmo no medo.

Vem ver

Beringela

     Hoje eu quis falar com você, conversar sem nenhuma restrição sobre tudo o que fosse e é e será. Hoje eu quis muito que a cozinha fosse ...