O calor do quarto é sufocante.
O ventilador no máximo já não é suficiente para acalmar meu coração acelerado.
Lá fora o sol brilha indignado, como eu...
Essa saudade que aperta o peito, acelera o coração e enfraquece.
Todas as minhas forças estão direcionadas a você. A tentar te esquecer, ou superar.
Mas ao mesmo tempo e com maior intensidade quero lembrar...
Com cada pelo de cada arrepio, com todo o corpo, cabeça aos pés, dentro e fora e sempre!
Quero fotografar cada sorriso, cada olhar...
Já não me lembro do teu cheiro. As vezes, quase esqueço do tom da tua voz.
A cor... Do teu sussego.
Você.
De dentro do quarto cada palavra que escrevo grita o mais alto que pode, pedindo para que você as ouça.
Você sempre ouvia, atenta, o que elas tinham a dizer.
Minha palavra sente falta dos teus olhos, do teu olhar.
Minha palvra escrita procura os teus ouvidos.
Minhas palavras mudas atravessam continentes, vão de ilha em ilha, procurando, querendo te contar o que não esqueço nunca...
Que houve paz... Houve calma.
Ali naquele momento congelado na memória, naquele espaço de tempo paralisado na cabeça...
Ouve...
Aqui dentro, ventilador no máximo e eu ainda derreto.
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