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sábado, 6 de fevereiro de 2010

Desab[af]o

Eu queria escrever um conto bonito, leve, livre... Poderia muito bem transcrever do caderno um que muito gostei, mas hoje não posso.
Hoje estou presa e irritada.
Hoje estou revoltada com muita coisa que nem cabe em mim.

Hoje eu estou triste com o que não foi mudado,
Hoje estou brava com os que não ajudam,
Hoje estou puta da vida com os que matam por matar, e mais ainda dos que matam sem saber...

Enfim, hoje eu estou revoltada com uma raça, que é praga, e da qual eu faço parte.
Sendo assim, vou transcrever um texto, mas ele é pura mágoa.

Escalo aquela montanha de lixo e corpos em putrefação, lá do alto vejo brilhos e luzes, vermelhas brancas, bombas e balas.

Aos meus pés o resto, do que fui, do que sou, do que podia ser. E muitos outros estão ali também, sem futuro, debaixo de destroços e de merda.

De cima da montanha de sujeira, algo parece cair como neve nas nossas cabeças, a diferença é que além de não ser branca, ela queima.

Milhões de flocos de cinza caem como no natal dos filmes que víamos na tevê. Mas a mensagem é outra, é a falta de futuro, é a morte, a dor, as chagas que ficarão na nossa terra, nossa casa, nossa pele.

É o fim.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

[In]sensatez

As vezes, só as vezes, eu quero, assim bem pouco que o seu corpo esteja tão longe de mim que o desejo se torne zero e que o seu cheiro, aquele bendito inconveniente, pare de me perseguir, fazendo assim que pelo menos por pouco tempo eu pare de querer tanto que o seu corpo, bonito corpo, fique assim tão perto e que seu cheiro venha de dentro de mim e o desejo envolva tudo ao seu/meu redor.

As vezes, bem as vezes, eu penso que quero bastante mesmo por um instante que seja sua a minha e que minha a sua inteira e que assim de pronomes possessivos eu possa ter-te minha e fazer-me tua de forma a saciar isso que não sei nominar, de uma vez por todas e todas de uma só vez. Fazendo uma troca nas palavras que nem eu possa entender que no final mesmo de tanta lorota tudo o que eu queria realmente te dizer é que.

*pausa para respirar já com dificuldade*

As vezes bem as vezes eu queria poder ter o dom, eu queria poder ter o som, eu queria poder dominar as palavras para poder moldá-las e dizê-las da forma que eu sinto e sentí-las da forma que escrevo. E que assim, escrevendo, eu possa viver e aprender a dizê-las sem que o mundo pareça doido demais para ouví-las.

terça-feira, 22 de setembro de 2009


desenha na carteira um coração
a saudade é um bichinho estranho que morde a gente
incomoda
faz adoecer
ficar de cama
perder a fome

desenha dentro do coração duas iniciais
o ser amado
as lembranças
as vontades
o amor
tudo isso cabe ali dentro? dentro de um coração tão pequeno?

desenha asas no coração
ele voa?
para onde?
sozinho?
feliz?
machucado?

sonha com o coração, com o voar, com os sentimentos que habitam tão pequeno espaço...
mas que tudo, sonha com o ser amado, amando...


(noite do dia 21, ou madrugada do dia 22... o relógio marca meia noite e quarenta e seis, escuta uma canção diferente... não traz lembranças. por que escuta essa canção? não cria lembranças com ela... tenta fazer com que as lembranças parem de se amontoar, parem de se lembrar... as vezes parecem tão reais que pode sentir na pele o arrepio... as vezes parece que sente de novo aquela velha agitação, de quando as borboletas invadiam seu estômago, que quase tremia com a visão do ser amado, que seu cheiro entorpecia os sentidos, que era só o sentir... era só sensação, parava o mundo e só restava ali a amada e o sentimento. era tão vivo, era tão lindo! hoje quer com as lembranças sentir aquilo tudo outra vez... aquilo que faz tanta falta... porque não consegue se sentir assim com outra pessoa? porque não se entrega? *mas a quem se entregar?* ela sonha com a sensação de paralisia ante a uma pessoa. de descontrole. aquela sensação de se perder no espaço e no tempo para se encontrar no olhar, no toque, na pele da outra pessoa. de outra pessoa... ela sonha com o passado, ela sonha com o futuro... ela sonha... com a mudança... sonha, sonha, sonha...)

sábado, 29 de agosto de 2009

entre a sombra e a alma...

Por que eu gosto do toque na minha pele quando ela te toca
Por que meu toque é tão sutil em você tão frágil

Cristal...

Eu gosto do que o teu corpo faz, de como ele reage
E eu busco maneiras diferentes de tocar, buscando suas reações...

Desejo...

De dentro do teu abraço meu abraço me acolhe também
Junto do teu sorriso meus olhos brilham um pouco mais forte,
E por você eu mudaria o passado, todas as cores do arco-íris,
o sabor de cada coisa...

Te ter entre a sombra e a alma.
Do nosso jeito.
Mais uma vez.


(texto original de um reescrito e já postado)

Vem ver

Beringela

     Hoje eu quis falar com você, conversar sem nenhuma restrição sobre tudo o que fosse e é e será. Hoje eu quis muito que a cozinha fosse ...