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segunda-feira, 24 de maio de 2021
Eu não sei tirar fotos
não entendo esse rolê todo de memória fotográfica
minha mãe tinha muitas fotos e até hj não consegui espaço na casa pra elas
vou me explicar, eu gosto de fotos. eu não preciso delas
eu amo relembrar, rever lugares pessoas e coisas importantes mas não sinto necessidade de tirar fotos
sempre me achei estranho por isso. sempre liguei a problemas que tenho com minha própria imagem, meu próprio corpo então não presto muita atenção em fazer fotos que retratam o que está/esteve acontecendo
eu gosto daquelas fotos que vc faz do chão, da sombra, da luz, aquelas fotos que ninguém entende, mas você sabe, você vê ali, naquele pequeno recorte, tudo o que vive estampado no corpo, as sensações, as emoções, os sentimentos.
eu gosto do abstrato, do microscópico e do conceitual. eu amo as memórias em mim e amo mais ainda trazê-las para a superfície.
eu não costumo sorrir ou posar para fotos, eu só sei fazer careta, eu não sei me comportar. mas meu corpo absorve cada estímulo que recebo e transforma na memória mais gostosa de sentir.
domingo, 9 de maio de 2021
Eu já tive mãe
Mãe, eu faço isso há oito anos, o mês de maio também é difícil. São oito dia das mães sem conseguir fazer muito. São oito dias do seu aniversário que ficaram vazios.
Eu tento várias coisas, não me cobro mais, a vontade é ficar deitado o dia todo, procurar filmes ou livros que me fazem esquecer do dia de hoje.
A internet, é claro, não deixa. Então desligo tudo, tento não pegar no celular. Fico com o Sassá e tento fazer de hoje um dia normal, mas não dá né?
Queria fazer um almoço gostoso, limpar a casa, deixar tudo organizado, foi com essas metas que me deitei ontem, mas não fazem mais nenhum sentido.
Recolho meus cacos e vou enfrentar mais um ano, do jeito que der, com esse aperto no peito e a vontade de chorar contínuas.
Aceito minha força de hoje, e ela me permite ficar quieto, deitado, sem vontades. Tem sido difícil demais
sexta-feira, 8 de janeiro de 2021
Como água
Me comprometi com mudanças severas na vida, uma casa, uma cidade, um clima, uma proposta.
A gente é como água.
Quem disse isso é outra pessoa de água, que entende que as vezes vem uma enchente e muda toda a aparência da região. E é essa a meta, andar até não reconhecer nada em volta e aí sim sentar e ver o que pode ser, o que pode ser feito.
É sobre construir uma nova realidade com as prioridades nos lugares, é ter foco e mesmo assim estar atento ao redor e pra dentro.
É sobre ir e viver e avaliar ao mesmo tempo em que se vivencia.
É sobre como seremos nós mantendo nossos eu's e construindo o presente para o futuro que quero ter.
É sobre nós.
Mas também é sobre mim.
domingo, 27 de dezembro de 2020
Me levantei as seis em ponto da manhã, sem despertador, uma raridade nesses dias que ainda me ajeito no lugar que ocupo da existência. Me levantei as seis em ponto e me despedi, antes de pegar o celular, de uma das pessoas mais inteligentes que tive o prazer de conhecer.
Hoje descansa quem tinha uma lição dada em cada conversa, quem me ensinou sobre estrelas e a importância delas na localização da gente, sobre como só vamos pra frente se soubermos onde estamos e sobre como cada ação que temos, por menor que seja no nosso dia-a-dia, invariavelmente atinge outras pessoas.
Sobre a importância de escolher o bem, o coletivo, a união. Pedra fundamental na minha existência, referência de ser, até logo!
terça-feira, 5 de maio de 2020
Eu não tenho um nome para dar
quinta-feira, 27 de setembro de 2018
Eu sinto depois da meia noite.
Os anos vão passando cada vez mais depressa.
Os minutos cada vez mais devagar.
E nessa relatividade vou eu, conectando os pontos e tentando resolver o grande quebra cabeças que é...
Viver é muito complicado,
São esperanças e expectativas que cercam, pressionam, pedem por ações.
Muitas vezes me perco nos vazios, do que podia ter sido, do que foi, do que vai ser
Estar.
Do outro lado do oceano me encaro, não sei como cheguei, não sei como voltar. E se soubesse, voltaria pra onde?
Pensar na vida é enfrentar o terror do parafuso entrando na cabeça. Cada volta mais apertada, cada centímetro uma dor. E dor nem é a palavra certa.
Nós somos um não sei de possibilidades que não se concretizaram. Mas negações não formam uma pessoa.
Eu sou o que? As escolhas que fiz, as que deixei de fazer? Eu sou quem está no controle da minha vida?
Pensar é fazer perguntas? Sento no escuro do que sou para falar do que não é. E não, ser não é negar.
Como me atinge o que nego? Construo casas com tijolos imaginários, os colo com cimento fresco. Refresco minha memória, quem eu sou?
sexta-feira, 24 de agosto de 2018
Dentro de mim
Não gosto de chegar perto de janelas em andares altos, sempre tive a sensação de que meus óculos escorreriam pelo meu nariz e ao encontrar seu fim e se atirar nesse abismo eu me jogaria lá de cima pra resgatá-los.
Medo não tem sentido.
Eu tenho medo de escuro. As lembranças voltam ao tempo da infância, quando as luzes se apagavam vinha o medo de que no escuro eu não veria quando algum mau viesse me procurar. Já teorizei sobre isso, tenho claros na memória alguns pesadelos que me contam histórias reais de terror nas suas entrelinhas.
Medo tem forma.
Eu não gosto de ficar sozinho. Bom, eu não gostava. Na adolescencia eu comecei a entrar em pânico quando ficava só em casa. Carreguei por muito tempo essa aversão, se não houvesse mais ninguém em casa comigo eu ligava a tv, o som, o computador e telefonava pra alguém. Pedia por favor que conversassem comigo sobre o dia, inventassem uma estória, qualquer coisa que me fizesse focar em outra coisa se não o horror que me encontraria porque eu estava sozinho. Pânico. Minha cabeça pregava peças, meus olhos viam coisas, meus ouvidos escutavam o que não existia.
Medo é esmagador.
Essas travas as vezes me impedem de me ver como "normal", elas encontram abrigos em medos novos, elas me fazem sentir um nada. Me ensinaram que eu era menos. Menos gente, menos mulher, menos filha, menos querida. Essa foi minha infância e não existe culpa específica para explicar porque a criança que eu fui se sentia assim, é questão coletiva, é expectativa social.
A expectativa matou meus sonhos. Constato isso sem dor, não acredito que uma variável ou outra teria mudado minha história significativamente. Eu aprendi a cada ano que eu merecia pouco, que eu fazia pouco, que eu era pouco. Eu tinha sempre que ser mais, fazer mais, valer mais pra receber reconhecimento. Tentativas nunca contavam como positivas. Desde muito cedo a frustração me acompanha e eu temo continuar ainda um pouco mais lutando pra lidar com cada frustração que ainda vou viver. Eu sei que vou me frustrar muito nessa vida e tenho medo.
O medo é uma força negativa. Paralisante. É a impressão de que as coisas vão dar errado. Que não vou ser forte. Que não vai ser suficiente.
Eu cedi muito da minha vida pra esse sentimento. Tentei evitar me encontrar com ele, me isolei, errei... Errei muito! Errei em nome de um medo que sequer eu sabia nomear.
Medo é paralisante.
Não existe solução (pro meu coração), não tem nenhuma moral no que eu disse. O medo é real, o medo é controlador. Esse texto não tem um final feliz, ele não tem nem final. Os medos persistem, as vezes fortes, as vezes fracos. Tenho aprendido que de nada adianta temer sentir medo, isso o alimenta. Tenho seguido um dia de cada vez, uma coisa de cada vez, mesmo na incerteza tenho caminhado.
Mesmo no erro, mesmo com medo. Minha resistência é minha maior dádiva e viver é revolucionário. Medos podem ser superados.
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